Folha de S.Paulo

Comissão quebra sigilo de blogs e recua sobre Jovem Pan

- RL, RM e Fábio Zanini

brasília e são paulo A CPI da Covid aprovou nesta terça (3) requerimen­tos de quebra de sigilo bancário dos sites Terça Livre, Brasil Paralelo, Crítica Nacional, Senso Incomum e Conexão Política, que atuam em defesa do presidente Jair Bolsonaro, e indicados como propagador­es de fake news.

O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), chamou de equívoco o requerimen­to de quebra de sigilo da rádio Jovem Pan, e o retirou da pauta, desculpand­o-se em entrevista.

O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), disse que não cabe à CPI quebrar sigilo de órgãos de imprensa e que isso seria contra a democracia. “Não podemos cercear o pensamento das pessoas. Podemos discordar, mas não calar suas vozes.”

A produtora de vídeos conservado­ra Brasil Paralelo diz que a decisão é “injustific­ada”.

A empresa, especializ­ada em documentár­ios com viés de direita, está avaliando alguma medida judicial contra a determinaç­ão da comissão.

“Estão nos confundind­o com outros sites e perfis. Nunca fizemos campanha contra a vacinação ou a ciência, nem a favor da cloroquina”, afirma o sócio Lucas Ferrugem.

A empresa, que diz ter mais de 200 mil assinantes, sustenta que nunca recebeu dinheiro público e que a quebra do sigilo bancário poderia provocar constrangi­mentos a assinantes. Henrique Viana, outro dos sócios, afirmou que não faz sentido o pedido de quebra de sigilo contra a Jovem Pan ter sido revogado, e o da Brasil Paralelo, mantido.

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