Resorts desenvolvem protocolo unificado e miram a recuperação
Com base em documento voltado à segurança sanitária, estabelecimentos esperam ‘que o pior já tenha passado’
são paulo All inclusive. Certamente você conhece essa expressão. Mas, para além do conforto de ter café da manhã, almoço, jantar e atividades no pacote, os resorts do entorno da capital paulista buscam atrair hóspedes com a oferta de segurança em meio à pandemia de Covid-19.
A menos de duas horas de carro de São Paulo, há oito alternativas de hospedagem do tipo: Club Med Lake Paradise (Mogi das Cruzes), Bourbon Atibaia Convention & Spa Resort e Tauá Resort & Convention Atibaia (Atibaia), Mavsa Resort Convention & Spa (Cesário Lange), Novotel Itu Golf & Resort (Itu), Sofitel Guarujá Jequitimar e Casa Grande (Guarujá) e Royal Palm Plaza Resort (Campinas).
Na tentativa de garantir que os turistas trocassem a ideia de ficar seguros em casa por ficar seguros viajando, os resorts se uniram —ainda em 2020, quando permaneceram por meses fechados— para criar um documento norteador de ações de segurança contra o novo coronavírus.
Um dos precursores das medidas foi o Club Med Lake Paradise, que importou knowhow de uma unidade na China para aplicar no Brasil.
“Como eles lidaram primeiro com a pandemia, foi importante ter essa experiência, para podermos nos preparar para operar com segurança”, diz Janyck Daudet, que atua na rede Club Med desde 1977.
Os protocolos, informa a Brasil Resorts, que congrega 53 dessas instalações no Brasil —11 no estado de SP—, foram discutidos por quatro meses por um comitê constituído em março do ano passado.
“Nós esperamos mesmo que o pior já tenha passado”, comenta Ana Biselli Aidar, 41, presidente-executiva da Resorts Brasil, cujos associados empregam mais de 50 mil pessoas, direta e indiretamente.
O impacto da pandemia, diz ela, representou perda média de 50% em 2020 na receita dos resorts, setor que só não sofreu mais que o das viagens para o exterior porque o Brasil tem o maior turismo doméstico do mundo. “Os empreendimentos registraram queda no público corporativo, mas compensaram um pouco com o aumento da procura das famílias.”
O comitê criado para pensar os protocolos foi liderado por Marcelo Boeger, 50, sócio consultor da Hospitalidade Consultoria e vice-presidente da Associação de Turismo de Saúde e Bem-Estar.
Com 20 anos de atuação em consultoria hospitalar, ele diz que as ações foram concentradas em cinco eixos, incluindo alimentos e bebidas e lavanderia e rouparia. “Como tínhamos operações diferentes, em praias, montanhas, grandes, médias e menores, o primeiro ponto foi padronizar todos os protocolos”, afirma.
Boeger explica que no check list de cada eixo há pelo menos 20 pontos críticos, dos quais não se pode abrir mão.
Depois de chancelado pela Anvisa, o documento norteou resorts, por exemplo, na adoção do peróxido de hidrogênio para desinfecção dos ambientes e de padrões de gestão de UTI para casos suspeitos de contaminação.
Mas Boeger deixa claro um ponto. “Os resorts podem fazer de tudo e têm feito. Mas eles são só um lado da equação. É preciso também que cada hóspede faça sua parte.”