Biden ‘divide Ocidente’; Xi busca novo acordo comercial na Ásia
Do australiano Sydney Morning Herald ao chinês Guancha, o acordo militar dos Estados Unidos com a Austrália, contra a China, logo deu lugar à revolta da França —diante da perda de um contrato de bilhões, por causa do acordo.
Também no New York Times, que passou para a manchete “França está indignada”, em tom de ironia que incluiu destacar que Paris “cancelou um baile de gala” que celebraria as relações com os EUA.
Os franceses Le Monde e Le Figaro não viram graça, levando ambos a mesma chamada à home page, “Crise diplomática entre Washington e Paris”.
Na Alemanha, o Frankfurter Allgemeine Zeitung foi mais sombrio, com a manchete “Um acordo divide o Ocidente”, sobre a foto de um submarino nuclear e nuvens negras.
A resposta de Pequim veio menos em sua crítica formal ao acordo militar —e mais nas manchetes que entraram do South China Morning Post aos financeiros Caixin e Nikkei, este japonês: “China apresenta pedido para integrar TPP”.
É a sigla em inglês para o acordo Trans-Pacífico ou, na descrição da Bloomberg, que também destacou o pedido, “pacto comercial outrora impulsionado pelos EUA para excluir a China e solidificar o domínio americano na região”.
O pacto foi abandonado por Trump e “não há sinal de que Joe Biden esteja interessado”.
XI NEM RESPONDE
Antes do acordo para transferir tecnologia nuclear para a Austrália usar contra a China, o presidente americano “sugeriu” um encontro presencial com Xi Jinping, durante a longa videoconferência de ambos na semana passada, manchetou o Financial Times. Mas “o líder chinês não respondeu”. O Nikkei arrisca que nada deve acontecer até novembro, quando Pequim realiza “um encontro chave para o PC”.
A SERVIÇO DOS EUA
Washington Post e Bloomberg publicam artigo de um almirante americano, ex-comandante da Otan, sobre os exercícios supostamente contra piratas na costa da África, liderados pelos EUA e “juntando navios dos dois lados do Atlântico”, a começar de “uma poderosa fragata do Brasil, a Independência”. Diz ser “vital para os EUA aprimorar laços na África, especialmente à medida que crescem o alcance político e o investimento da China”.