Folha de S.Paulo

Porta giratória

- com Mariana Grazini e Andressa Motter Joana Cunha painelsa@grupofolha.com.br

A Febraban (federação que reúne os maiores bancos do país) ficou irritada com a campanha do Mercado Pago, que levou uma pessoa fantasiada de dinossauro para a porta de agências de instituiçõ­es financeira­s tradiciona­is nesta quinta-feira (16) em São Paulo. Segundo a fintech, a cena foi uma ação para mostrar as dificuldad­es que os consumidor­es enfrentam para acessar os grandes bancos. A Febraban afirma que se trata de uma estratégia de marketing rasa.

CAIXA ELETRÔNICO Segundo a federação, a campanha é “de uma daquelas fintechs que engordaram muito nos últimos anos, com cara, porte, risco e produtos dos bancos, tornando-se uma FATtech, que agora faz cortesia com o chapéu alheio a partir de vantagem concorrenc­ial tributária e regulatóri­a invejável”.

FILA O dinossauro da ação do Mercado Pago, braço financeiro do Mercado Livre, também tentou entrar pela porta giratória das agências. Para a Febraban, a crítica é ofensiva às normas de segurança, que exigem a medida para proteger os clientes.

COFRE “Os bancos empregam meio milhão de trabalhado­res em mais de 3.000 cidades, incluindo milhares de bancários em agências. O Mercado Pago, que paga menos impostos, oferece quantos empregos no país?”, diz a Febraban em nota.

LUZ DO DIA O grupo de empresário­s do setor de turismo que, há quase três meses, lançou o movimento para pedir a volta do horário de verão se surpreende­u com a dimensão que o assunto tomou.

PÔR DO SOL Depois de ver crescer o apoio de entidades representa­ntes de restaurant­es, shoppings, setor elétrico e até de defesa dos consumidor­es, o próximo passo é levar o debate para a população, segundo Fabio Aguayo, diretor da CNTur, que iniciou a pressão sobre o governo, conforme o Painel S.A. antecipou em junho.

RELÓGIO Aguayo diz ter percebido que o horário de verão está entre os temas que dividem a polarizada sociedade brasileira e que um termômetro disso aparece nas redes sociais. Portanto, vai lançar um novo esforço na tentativa de chamar para a causa os apoiadores de Bolsonaro, que segundo Aguayo, são os maiores opositores.

LEMBRANÇA Ele afirma que o presidente pode voltar atrás, assim como fez na semana passada, na crise com o STF, quando divulgou a nota de recuo dizendo não ter tido a intenção de atacar os outros Poderes nas manifestaç­ões do dia 7 de Setembro.

CONTRATO Os seguros de danos sem o segmento de automóveis seguem com desempenho forte, segundo os dados de julho do setor, que a Susep (Superinten­dência de Seguros Privados) começa a divulgar nesta sexta (17). A alta foi de 20% na arrecadaçã­o de prêmios no acumulado do ano até julho (R$ 29,31 bilhões) ante igual período de 2020.

CARTEIRA Já as receitas em prêmios no seguro auto continuam performand­o abaixo da média dos seguros de danos. Com R$ 20,83 bilhões no acumulado do ano, o avanço foi de 6,6% na mesma base de comparação. As categorias de rural, responsabi­lidade civil, patrimonia­l, transporte e financeiro­s cresceram mais de 30%.

PERFIL Após circularem nas redes sociais nos últimos dias imagens de uma ficha de inscrição de vaga de trabalho com questões sobre preferênci­a política atribuída à rede de franquias Mundo Verde, a empresa diz que vai reforçar as instruções aos franqueado­s sobre o tema. O formulário trazia perguntas sobre a orientação política do candidato, se de direita, esquerda ou centro.

CRACHÁ Procurada pelo Painel S.A., a Mundo Verde diz que “não pratica e repudia qualquer ato de discrimina­ção, bem como não faz pergunta de cunho pessoal no processo seletivo”. A empresa afirma que tem treinament­os e manuais para que seus franqueado­s sigam boas práticas nas seleções. A Mundo Verde tem como sócio o bilionário Carlos Wizard, apoiador de Bolsonaro que teve o nome envolvido na CPI da Covid.

TELA A rede diz que não tem informaçõe­s que identifiqu­em a origem do caso postado na internet e desconhece esse tipo de abordagem entre as franquias, mas vai reforçar as suas orientaçõe­s.

DIAGNÓSTIC­O O número de resultados positivos para a Covid-19 nos testes rápidos nas farmácias segue em queda. Caiu para o menor patamar deste ano no levantamen­to realizado entre 30 de agosto e 5 de setembro pela Abrafarma, associação que reúne grandes redes de drogarias.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil