Lira diz que Congresso pode tomar providências sobre combustível
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse não ter ficado satisfeito com as explicações do presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna, sobre o aumento do preço dos combustíveis e afirmou que o Congresso vai tomar providências sem machucar a economia e a empresa.
Lira participou de videoconferência da casa de investimentos Necton nesta quintafeira (16). Ele falou da ida do presidente da estatal a uma comissão geral da Câmara na terça (14), quando o general defendeu que uma eventual intervenção estatal nos valores precisaria ser compensada pelos cofres públicos.
Para Lira, é preciso “saber onde está o problema do preço dos combustíveis” e que “há quem diga que a Petrobras repassa muito rápido, é uma das empresas que mais repassam o aumento do barril e o aumento do dólar com relação a outras petrolíferas do mundo”.
“Não achei que foi satisfatória [a participação de Silva e Luna], que foram satisfatórias as explicações do presidente da Petrobras”, afirmou. “Eu falo isso com muita tranquilidade. Nós precisamos de mais esclarecimentos para que a gente tenha uma solução efetiva para, principalmente, a redução do preço do gás.”
Disse que está sendo feita uma análise da audiência pública para saber quais perguntas foram respondidas pelo general a contento. “E, a partir daí, como eu disse no início da live, providências podem ser pedidas, requerimentos de informação podem ser feitos, solicitações de ajuda de outros órgãos de controle podem ser solicitadas”, ressaltou.
Ele defendeu que a estatal se antecipe e preste as informações “adequadas” sobre a “composição do preço dos combustíveis”.
“Não é possível que nós permaneçamos neste estado de letargia ou de inércia com relação às coisas que vêm acontecendo”, criticou. “Então, lógico que o Congresso vai tomar e seguir com providências, sem machucar a economia, sem prejudicar a empresa, mas fazendo o debate claro e transparente de informações que precisamos acessar.”
“Não é possível que a gente não tenha condições de ter uma política não de intervenção de preços, não de tabelamento de preços, eu não estou falando isso, para deixar bem claro. Mas de uma política justa da Petrobras de poder dividir com o povo brasileiro o pouco da riqueza que ela amealha e arrecada com todo o esforço que o governo sempre investiu nela, na construção de gasodutos e vários outros investimentos que foram feitos”, afirmou.
Na terça, o general defendeu a política de preços da Petrobras.
“A Petrobras é uma sociedade de economia mista sujeita a rigorosa governança. Não
“Não é possível que a gente não tenha condições de ter uma política não de intervenção de preços, não de tabelamento de preços (...). Mas de uma política justa da Petrobras Arthur Lira (PP-AL) presidente da Câmara dos Deputados
tem espaço para qualquer tipo de aventura dentro da empresa, não tem”, disse, depois de apresentar cálculos sobre a composição do preço dos combustíveis.
Explicou que a empresa precisa cumprir regras e legislações, como a lei do petróleo, a das estatais, o estatuto social da empresa e a Constituição.
Na segunda, Lira questionou o peso dos preços dos combustíveis da Petrobras no bolso dos consumidores e afirmou que a estatal deve ser lembrada de que seus acionistas são os brasileiros.
No final de agosto, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse a apoiadores que o governo irá “começar a trabalhar” no preço dos combustíveis.