Folha de S.Paulo

CR7 é estrela do streaming

A nova temporada do futebol europeu virou uma das principais armas dos apps

- Sandro Macedo Medalha de ouro no futsal (improvisad­o no gol) e no vôlei do ensino fundamenta­l em 1986; na Folha desde 2001

Já imaginou se sua série favorita passasse em dois streamings diferentes e você tivesse que assinar os dois para acompanhá-la? Vamos repetir com exemplo. Já imaginou você ter que assistir a metade de “The Crown” na Netflix, mas ter que assinar o Amazon Prime para ver o fim da temporada? Desesperad­or, não? E caro também.

Corta para o futebol europeu. Sábado passado: Cristiano Ronaldo retorna ao Manchester United na Premier League. E você assiste ao vivo e exclusivo pela Star+. Terça-feira: Cristiano Ronaldo está de volta ao Manchester na Champions League, e você pode ver na HBO Max.

Cris deve ter mais de uma centena de prêmios individuai­s, mas não tem nenhum Oscar. Mesmo assim, CR7 parecia estrela de cinema nos últimos dias, ou melhor, estrela de streaming.

Com poucas semanas em cartaz, a nova temporada do futebol europeu virou uma das principais armas dos apps de streaming, com um duelo entre Star+ —do grupo Disney, que tem os canais ESPN— com a HBO Max —da WarnerMedi­a, que inclui a antiga turma Turner/TNT Sports.

A Star+ saiu para o ataque primeiro, e jogou duro.

A aguardada estreia do gajo foi no sábado (11), num Old Trafford lotado e ansioso. Um rival sob medida, o pobre Newcastle (que terminou goleado). Porém a ESPN não liberou o jogo em seus canais de TV, para desespero de fãs emputecido­s —que foram às redes compartilh­ar o seu emputecime­nto.

No horário, assinantes da TV só conseguira­m ver o outro time de Manchester. Enquanto a turma do streaming via o show do United com dois gols do português, o pessoal da TV via o City, ganhando com gol de outro lusitano, Bernardo Silva.

Alguns acharam burrice abrir mão do cinematogr­áfico CR7 na TV. Nada disso. Foi estratégia. Pesada. A mensagem foi clara: você quer escolher o jogo para assistir? Assine o nosso streaming.

Três dias depois, na terça, Cris estava pronto para mais um capítulo. Agora, na HBO Max. Estreia do United na Champions, longe de Old Trafford. Um rival sob medida. O pobre Young Boys —mas tem episódio com reviravolt­a, e os “Jovens Garotos” ganharam com falha do jogador que entrou no lugar de Cris. Que roteiro, hein. Quem é o vilão? Lingard, que entregou a rapadura? O técnico Solskjaer, que tirou CR7 e flertou com o perigo?

Mas voltemos à transmissã­o. A HBO Max foi mais camarada e a partida foi exibida no canal pago TNT. Mais tarde, o grupo (que também tem o Space) transmitiu dois jogos na TV, os outros quatro estavam no streaming.

Quarta-feira, mesma série, outro núcleo. Era o dia do elenco mais aguardado da temporada: Paris Saint-Germain, com Messi, Neymar e Mbappé. PSG (contra Club Brugge) jogava ao mesmo tempo que outras cinco partidas. Mas o duelo do time francês foi “liberado” para a TV por assinatura. Muito gentil esse pessoal do “Space Jam”.

Mais à noite, tentei recuperar Liverpool x Milan, também da Champions, que não passou na TV. Mas ele não estava no streaming. E aqui é uma outra grande diferença. A programaçã­o esportiva do Star+/ESPN continua disponível —pelo menos por um tempo. Dá para ver neste exato momento Cris Ronaldo no Manchester, final do US Open, jogos da NFL, entre outros. Na HBO Max/TNT Sports, a transmissã­o é apenas “ao vivo”. Nada de reprises. Neste caso, ponto para a Star+.

Mas tudo pode mudar mais rápido que uma decisão do STJD no futebol brasileiro. Aguarde as cenas dos próximos capítulos.

| dom. Juca Kfouri, Tostão | seg. Juca Kfouri, Paulo Vinicius Coelho | ter. Renata Mendonça | qua. Tostão | qui. Juca Kfouri | sex. Paulo Vinicius Coelho, Sandro Macedo | sáb. Marina Izidro

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