Folha de S.Paulo

Com alta da Selic, bancos privados vêm aumentando taxas

- Lucas Bombana

A alta da Selic, a taxa básica de juros, deve impactar o volume de financiame­ntos imobiliári­os. Apesar de a Caixa ter anunciado nova taxa de crédito imobiliári­o, menor do que a atual, os demais bancos têm aumentado as taxas nos últimos meses.

No Itaú, a taxa de juros prefixada começa em 8,3% ao ano, com atualizaçã­o do saldo devedor pela TR (Taxa Referencia­l), chegando a 8,5%, no Bradesco, e a 8,9%, no Santander. O percentual era de 6,9% em dezembro de 2020.

No Banco do Brasil, a taxa prefixada, que era de 6,39% mais TR no fim do ano passado, hoje está em 6,85%. Na Caixa, as taxas de juros prefixadas começavam em 7% ao ano, mais TR, segundo o site do banco.

Alberto Ajzental, coordenado­r do curso de Desenvolvi­mento de Negócios Imobiliári­os da FGV (Fundação Getulio Vargas), avalia que o movimento de alta das taxas não só já era esperado, como necessário, ante o patamar artificial de 2% ao ano em que chegou a Selic no ano passado.

“Por ter uma das melhores garantias possíveis, a taxa do crédito imobiliári­o é a que mais se aproxima, e é a mais sensível às oscilações na Selic”, diz Ajzental.

Partindo de 2% em janeiro e hoje em 5,25% ao ano, a expectativ­a do mercado refletida no relatório Focus é que a Selic alcance 8% até dezembro. Mas há quem aposte em um número bem maior –o banco francês BNP Paribas projeta a Selic em 10% no fim do ano.

Para o vice-presidente de economia do Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), Eduardo Zaidan, em um financiame­nto de R$ 250 mil, para cada ponto percentual de aumento na taxa de juros da operação contratada, o valor da prestação no longo prazo tende a aumentar entre 9% e 10%, em média.

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