46 milhões vivem em lares sem renda do trabalho
Proporção de residências que dependem de aposentadorias e auxílios sobe de 23,5%, no 4º tri de 2019, para 28,5%, no 2º tri
rio de janeiro A pandemia aumentou o percentual de lares sem renda do trabalho no Brasil, e a recuperação do quadro ainda não se completou. É o que indica estudo divulgado nesta sexta-feira (17) pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
No segundo trimestre de 2021, a fatia de domicílios sem renda do trabalho foi de 28,5% —quase três em cada dez.
Na prática, isso significa que 46 milhões de pessoas sobreviviam em lares sem dinheiro obtido por meio de atividades profissionais, estima o pesquisador do Ipea Sandro Sacchet, autor do estudo.
O sustento nesses casos vem de aposentadorias, pensões e programas sociais.
No quarto trimestre de 2019, a proporção era de 23,54%, ou 36,5 milhões de pessoas. Na crise, o total somou mais 9,5 milhões de brasileiros.
A proporção de famílias sem renda do trabalho alcançou, no segundo trimestre de 2020, os 31,56%. O percentual perdeu fôlego, mas segue alto.
“As contratações devem aumentar com a movimentação deste final de ano. A questão é ver em qual patamar o percentual vai se estabilizar depois ou não”, indica Sacchet.
O estudo foi produzido a partir de dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O Ipea conclui que houve no mercado de trabalho “forte impacto inicial da pandemia e lenta recuperação, ainda incompleta”.
Segundo o estudo, o rendimento habitual médio dos trabalhadores ocupados, em termos reais, teve queda de 6,6% no segundo trimestre de 2021, ante igual período de 2020.
Mas o movimento é “apenas o inverso” do visto no início da pandemia, “quando os rendimentos habituais apresentaram um crescimento acelerado”.
Isso porque, no começo da crise sanitária, a perda de ocupações se concentrou em vagas com remuneração menor, em setores como construção, comércio e alojamento e alimentação, além de afetar os empregados sem carteira assinada e principalmente os trabalhadores por conta própria.
Os profissionais que permaneceram ocupados à época foram os de renda relativamente mais alta, segundo o levantamento. A situação acabou levando para cima os ganhos médios com o trabalho.
O cenário agora traz diferenças. Com a volta de informais e trabalhadores por conta própria ao mercado, o rendimento médio cai.
Já a renda efetiva, que de fato foi ao bolso do trabalhador, subiu 0,9% no segundo trimestre de 2021, na comparação com o mesmo intervalo do ano passado, o pior momento da crise no mercado. de Inclusão Produtiva Rural.
Cada família receberia R$ 2.500 em parcela única. Famílias comandadas por mulheres receberiam R$ 3.000.
O benefício de R$ 3.500 iria para as que se comprometessem com projetos de implementação de fossas sépticas e cisternas ou outras tecnologias sociais de acesso à água.
“A despeito da boa intenção do legislador, a proposição legislativa encontra óbice jurídico por não apresentar a estimativa do impacto orçamentário e financeiro”, afirma a justificativa do veto, publicada nesta sexta-feira (17) no Diário Oficial da União.
O texto também dava prorrogação, descontos, meios de renegociação de dívidas, operações de crédito rural e flexibilização de termo de garantia para a concessão de crédito.
Previa ainda que o benefício Garantia-Safra fosse automático para todos os agricultores familiares aptos ao benefício até 31 de dezembro de 2022.
Em nota, a Secretaria-Geral da Presidência disse que a proposta foi vetada para cumprir normas orçamentárias e vigentes e “para não incidir em sobreposição de ações com os programas ‘Alimenta Brasil’ e de ‘Fomento às Atividades Produtivas Rurais’”.