Biografia de Lula sai em novembro sem Presidência
A Companhia das Letras trata o primeiro volume da biografia do ex-presidente Lula, escrita por Fernando Morais e prevista para novembro, como um dos lançamentos de maior potencial do ano.
Resultado de um investimento de dez anos do autor de “Olga” e “Chatô”, este primeiro tomo de 416 páginas não abarcará, óbvio, todos os principais eventos da vida do político —de fato, terminará justo no momento em que ele entra de vez na política institucional. Seus anos na Presidência do Brasil, por exemplo, ficarão de fora deste volume.
A biografia abre com um relato do momento em que o ex-juiz Sergio Moro decretou a prisão do ex-presidente, em abril de 2018, um episódio que Morais acompanhou de dentro do Instituto Lula.
Após entrar no período que o petista passou na carceragem em Curitiba, o livro corta para a prisão anterior do exsindicalista, durante a ditadura militar. A partir daí, se aprofunda nos anos de formação do petista, seu envolvimento com o movimento sindical e seu papel na fundação do PT.
Vai até a primeira campanha eleitoral de Lula, quando concorreu a governador de São Paulo em 1982 e perdeu para Franco Montoro, do PMDB.
Morais, apesar de próximo do ex-presidente, não se lançou a fazer uma biografia autorizada. Lula ainda não leu o livro, e a editora tem certa ansiedade quanto a sua reação.
O segundo volume deve ser lançado após 2022. A proposta é que os livros não sejam contaminados pela campanha presidencial, da qual Lula deve ser um dos protagonistas.
CAMINHOS TORTOS A editora Autêntica, que se consagrou na publicação de clássicos e de obras de não ficção, vai inaugurar um selo de literatura contemporânea. Sob o comando de Ana Elisa Ribeiro e Rafaela Lamas, a Autêntica Contemporânea pretende dar especial atenção a obras latino-americanas e já tem dez títulos contratados para publicação a partir de março. Os livros de estreia do selo serão “Planícies”, do argentino Federico Falco, “Outrora. Aqui. Neste Lugar”, da brasileira Maria José Silveira, e o elogiado thriller “Mandíbula”, da equatoriana Mónica Ojeda.
FORÇA BRUTA Uma nova obra do filósofo camaronês Achille Mbembe, que participará de um colóquio no Brasil, sairá ainda neste mês pela N-1 Edições. Em “Brutalismo”, ele usa o conceito da arquitetura para pensar processos políticos. E a editora prepara ainda um volume da psicanalista Suely Rolnik, “Antropofagia Zumbi”.