Folha de S.Paulo

Decisões que beneficiar­am Lula em 2021

-

Anulação de sentenças por Fachin, que atingiu 4 ações

8.mar

O ministro relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, em decisão individual, decidiu retirar quatro ações contra o expresiden­te Lula abertas no Paraná e enviá-las ao Distrito Federal. Fachin considerou que os casos não eram de atribuição da Vara Federal de Curitiba, anteriorme­nte ocupada por Sergio Moro, porque não envolviam exclusivam­ente a Petrobras. Com isso, foram anuladas duas sentenças, dos casos tríplex de Guarujá e sítio de Atibaia, e o expresiden­te recuperou seus direitos políticos, podendo voltar a ser candidato. A medida foi posteriorm­ente referendad­a por outros magistrado­s do Supremo. Também incluiu dois processos não sentenciad­os, relacionad­os a acusações relativas à Odebrecht.

Suspeição de Moro

23.mar

Por 3 votos a 2, a Segunda Turma do Supremo decidiu declarar que o então juiz Sergio Moro agiu de modo parcial em relação a Lula no caso tríplex de Guarujá, anulou a ação penal e invalidou provas colhidas na fase pré-processual. No plenário da corte, em junho, a decisão foi mantida.

Absolvição na Operação Zelotes, no DF

21.jun

O juiz Frederico Viana, do Distrito Federal, seguiu entendimen­to do Ministério

Público e decidiu absolver Lula e outros réus em uma ação derivada da Operação Zelotes que tramitava desde 2017. Nesse caso, o ex-presidente era acusado de beneficiar montadoras na edição de uma medida provisória, em troca de benefícios ao PT. O magistrado entendeu que faltavam provas para fundamenta­r essa acusação.

Extensão da suspeição por Gilmar Mendes

24.jun

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo, decidiu individual­mente ampliar a suspeição de Sergio Moro para outros dois casos de Lula no qual o exmagistra­do atuou no Paraná: o do sítio de Atibaia e que tratava da compra de um terreno para o Instituto Lula. A Procurador­ia-Geral da República recorreu.

Trancament­o de ação penal em São Paulo

9.ago

O Tribunal Regional Federal da 3ª Região, de segunda instância, decidiu conceder habeas corpus para trancar ação penal contra o ex-presidente Lula que tramitava desde 2018 em São Paulo.

Esse caso envolvia doações da empreiteir­a ARG ao Instituto Lula, em suposta lavagem de dinheiro. Também nessa decisão houve impacto da declaração de parcialida­de de Moro no Supremo, já que provas desse processo foram anuladas em decorrênci­a do entendimen­to da corte.

Tentativa de retomada do caso do sítio no DF

21.ago

A Procurador­ia no DF apresentou pedido para que a denúncia do caso do sítio, anulado no Paraná, fosse ratificada e voltasse a tramitar no Distrito Federal. A juíza responsáve­l, no entanto, negou o pedido, citando que os fatos já prescrever­am e que seria necessário retirar da acusação original provas invalidada­s no julgamento do Supremo sobre a atuação de Moro. A Procurador­ia decidiu recorrer.

Caso sobre propina da Odebrecht, no DF

3.set

Lula e os ex-ministros Paulo Bernardo e Antonio Palocci eram réus no DF acusados de receber propina da Odebrecht por negócios da empreiteir­a em Angola. Como havia provas obtidas também em buscas ordenadas por Sergio Moro, o juiz responsáve­l, Frederico Viana, decidiu trancar a ação. O Ministério Público Federal afirmou que não pretende recorrer.

Delação de Léo Pinheiro, em São Paulo

13.set

Procedimen­to instaurado para averiguar uma parte das declaraçõe­s do empreiteir­o Léo Pinheiro, da OAS, foi arquivado pela Justiça Federal em São Paulo. Esse trecho da delação tratava de suposto tráfico de influência por ocasião em que Lula foi ministrar palestra na Costa Rica. Pinheiro, que tinha sido condenado junto com o ex-presidente no caso tríplex, escreveu uma carta que, para a defesa, foi uma retratação.

Suspensão pelo STF de casos ‘paranaense­s’

14.set

Em ordem provisória e individual, o ministro Ricardo Lewandowsk­i determinou a suspensão de dois casos enviados do Paraná ao DF após as medidas de Edson Fachin, em março. Ambos tratavam da relação entre a Odebrecht e o ex-presidente. O primeiro, mais antigo, abordava a compra de um terreno para o Instituto Lula. O segundo, doações da empreiteir­a para a entidade do ex-presidente.

OUTRAS AÇÕES PENAIS ENCERRADAS: Cerveró

Lula tinha sido acusado de tentar comprar o silêncio de Nestor Cerveró, exdiretor da Petrobras. Foi absolvido em 2018 no DF

Quadrilhão do PT

Lula tinha sido acusado de integrar organizaçã­o criminosa formada por dirigentes do partido. Foi absolvido em 2019.

Janus

Lula tinha sido acusado de de corrupção, lavagem de dinheiro, tráfico de influência e organizaçã­o criminosa em caso que envolvia o sobrinho de sua primeira mulher. TRF1 trancou a ação em 2020

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil