João Andante perde briga para Johnnie Walker e vai parar de andar
Chegou ao fim uma jornada judicial de dois andarilhos, um escocês e um mineiro de Passa Tempo, no sul do estado. Os dois podem ser chamados de “joões”. Mas um terá de abandonara caminhada.
A disputa entre o lorde Johnnie Walker e o capira João Andante terminou mal para o brasileiro, que terá de abandonar o rótulo da cachaça que leva seu nome.
Abriga que começou em 2014 foi concluída na terçafeira (14) pela 3ª Turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça), que deu ganho de causa para a Diageo, gigante mundial do ramo de bebidas e dona do uísque Johnnie Walker, que alegava violação de marca.
A defesa da Diageo afirmou no processo que havia “aproveitamento parasitário” por parte da João Andante, já que acachaça violaria amarcaJohn ni eWalker.
“Que consumidor vai confundir uísque com cachaça?”, argumentou Leonardo Wykrota, advogado dos donos da marca mineira.
A João Andante foi inspirada em personagens como seu Juquinha, andarilho da serra do Cipó, parque nacional na Grande Belo Horizonte, conta o empresário Matheus Vieira Lana, um dos donos da marca.
Ele nega que inspiração tenha sido o uísque. “Nós contratamos uma empresa de publicidade, e tomamos por base vários personagens e pessoas.”
“Também pensamos em personagens de livros. Pode ver que o perfil do nosso personagem lembra Dom Quixote. O ramo na boca é uma referência a Jeca Tatu, de Monteiro Lobato. E tem o seu Juquinha, símbolo da mineiridade”, diz Lana.
Os argumentos, porém, não convenceram o STJ. O relator do processo, ministro Paulo de Tarso Sanseverino, decidiu que houve violação do direito da marca.
O tribunal determinou que os donos da marca paguem ainda R$ 50 mil de indenização à Diageo. A decisão reduziu o valor estipulado anteriormente pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, de R$ 200 mil. Na argumentação ao STJ, a defesa disse que esse montante levaria a empresa à falência.
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