‘Corrida armamentista nuclear’ assusta Indonésia e Malásia
A Bloomberg destacou, na noite de domingo, que o presidente francês “Macron não está pronto para se acalmar após humilhação com submarino” e estaria listando alternativas de retaliação aos EUA e à Austrália.
E o noticiário no Sudeste Asiático apontava para aumento da reação ao que já é descrito como “corrida armamentista nuclear”.
Jornais da Indonésia, como Jakarta Post, destacam o aviso do governo de seu país —o quarto em população no mundo— ao australiano, se declarando “profundamente preocupado”.
Na própria Austrália, o Sydney Morning Herald destacou a preocupação indonésia “com o aumento dramático das forças militares australianas, notadamente a intenção de usar tecnologia dos EUA para construir oito submarinos nucleares”.
O canal Sky News acrescentou que a viagem do primeiro-ministro do país a Jakarta acabou “cancelada conforme prosseguem as repercussões do pacto de defesa”.
Também jornais da Malásia, como Star, ressaltam a “preocupação com o pacto de segurança” entre EUA e Austrália. O primeiro-ministro, em ligação com o colega australiano, reiterou a recusa do país a “submarinos com propulsão nuclear na região”.
Teria citado o Tratado do Sudeste Asiático de Zona Livre de Armas Nucleares e “instado todas as partes a evitar qualquer provocação e corrida armamentista”.
Novamente, a imprensa australiana ecoou a resposta, com o SMH enfatizando que a “Malásia alerta que pacto vai desencadear corrida armamentista nuclear” na região.
CHINA & AL
Já se especula, na agência Associated Press, se a China vai reagir ao avanço americano no Pacífico, contra Pequim, com ação semelhante na América Latina, contra Washington. Mas se projeta resposta “mais econômica que militar”. E foi o que o chinês Global Times chamou na home, com relato da agência Xinhua, “Xi Jinping faz palestra em vídeo para cúpula da Celac, apela para construção de uma comunidade de futuro compartilhado entre a China e a América Latina”.
MÉXICO LÍDER?
Celac, noticiou a AP, é a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, que se reuniu no fim de semana no México, “o sinal mais recente de que o país está esticando seus músculos diplomáticos”. É um contraponto à OEA (Organização dos Estados Americanos), sediada em Washington. O Brasil de Jair Bolsonaro “deixou a Celac em 2020” e não foi à reunião no México, que juntou presidentes de direita e esquerda. No título da AP, “Assertivo, México busca papel de liderança na AL”.
CUIDADO COM O BRASIL
Foi noticiado amplamente na China, inclusive na rede CCTV, o atentado contra o consulado no Rio. O Guancha, em chinês, destacou a mensagem da chancelaria chinesa às “instituições, empresas e cidadãos no Brasil”, visando ampliar “conscientização sobre autoproteção, reduzir reuniões, planejar cuidadosamente as viagens e garantir a segurança de vidas e bens”. E foi a quarta notícia mais lida do Global Times.
BOLSONARO ‘DESAFIADOR’
No Washington Post, “Bolsonaro, desafiadoramente não vacinado, testará ‘sistema de honra’ da ONU”. A organização “quer que os líderes que chegam para a Assembleia Geral provem que estão vacinados contra Covid”, mas ele “ainda nesta semana falou que não precisa”. O jornal destaca a frase do porta-voz da ONU de que o “sistema de honra” prevê que, “ao passar o crachá para entrar, os delegados atestam que estão vacinados”.