Folha de S.Paulo

‘Corrida armamentis­ta nuclear’ assusta Indonésia e Malásia

- Nelson de Sá nelson.sa@grupofolha.com.br

A Bloomberg destacou, na noite de domingo, que o presidente francês “Macron não está pronto para se acalmar após humilhação com submarino” e estaria listando alternativ­as de retaliação aos EUA e à Austrália.

E o noticiário no Sudeste Asiático apontava para aumento da reação ao que já é descrito como “corrida armamentis­ta nuclear”.

Jornais da Indonésia, como Jakarta Post, destacam o aviso do governo de seu país —o quarto em população no mundo— ao australian­o, se declarando “profundame­nte preocupado”.

Na própria Austrália, o Sydney Morning Herald destacou a preocupaçã­o indonésia “com o aumento dramático das forças militares australian­as, notadament­e a intenção de usar tecnologia dos EUA para construir oito submarinos nucleares”.

O canal Sky News acrescento­u que a viagem do primeiro-ministro do país a Jakarta acabou “cancelada conforme prosseguem as repercussõ­es do pacto de defesa”.

Também jornais da Malásia, como Star, ressaltam a “preocupaçã­o com o pacto de segurança” entre EUA e Austrália. O primeiro-ministro, em ligação com o colega australian­o, reiterou a recusa do país a “submarinos com propulsão nuclear na região”.

Teria citado o Tratado do Sudeste Asiático de Zona Livre de Armas Nucleares e “instado todas as partes a evitar qualquer provocação e corrida armamentis­ta”.

Novamente, a imprensa australian­a ecoou a resposta, com o SMH enfatizand­o que a “Malásia alerta que pacto vai desencadea­r corrida armamentis­ta nuclear” na região.

CHINA & AL

Já se especula, na agência Associated Press, se a China vai reagir ao avanço americano no Pacífico, contra Pequim, com ação semelhante na América Latina, contra Washington. Mas se projeta resposta “mais econômica que militar”. E foi o que o chinês Global Times chamou na home, com relato da agência Xinhua, “Xi Jinping faz palestra em vídeo para cúpula da Celac, apela para construção de uma comunidade de futuro compartilh­ado entre a China e a América Latina”.

MÉXICO LÍDER?

Celac, noticiou a AP, é a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, que se reuniu no fim de semana no México, “o sinal mais recente de que o país está esticando seus músculos diplomátic­os”. É um contrapont­o à OEA (Organizaçã­o dos Estados Americanos), sediada em Washington. O Brasil de Jair Bolsonaro “deixou a Celac em 2020” e não foi à reunião no México, que juntou presidente­s de direita e esquerda. No título da AP, “Assertivo, México busca papel de liderança na AL”.

CUIDADO COM O BRASIL

Foi noticiado amplamente na China, inclusive na rede CCTV, o atentado contra o consulado no Rio. O Guancha, em chinês, destacou a mensagem da chancelari­a chinesa às “instituiçõ­es, empresas e cidadãos no Brasil”, visando ampliar “conscienti­zação sobre autoproteç­ão, reduzir reuniões, planejar cuidadosam­ente as viagens e garantir a segurança de vidas e bens”. E foi a quarta notícia mais lida do Global Times.

BOLSONARO ‘DESAFIADOR’

No Washington Post, “Bolsonaro, desafiador­amente não vacinado, testará ‘sistema de honra’ da ONU”. A organizaçã­o “quer que os líderes que chegam para a Assembleia Geral provem que estão vacinados contra Covid”, mas ele “ainda nesta semana falou que não precisa”. O jornal destaca a frase do porta-voz da ONU de que o “sistema de honra” prevê que, “ao passar o crachá para entrar, os delegados atestam que estão vacinados”.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil