Folha de S.Paulo

São Paulo muda, vence e quer afastar dogmas

- Paulo Vinicius Coelho pranchetad­opvc@gmail.com

O São Paulo mudou sutilmente em seu 1ºj ogo depois da eliminação da Copa do Brasil, a vitória sobre o Atlético GO por 2 a 1. Não apenas por abrir mão dos 3 zagueiros, pela ausência de Miranda, mas por renunciar ao que alguns chamam de dogma de jogo, no Morumbi.

A comissão técnicaé absolutame­nte seguidora de Marcelo Bielsaeest­eé um mérito. Mas seguir as ideias do treinador do Leeds United como se fosse um messias causa defeitos.

Depois de levar um baile do Santos, em junho, e ser questionad­os e usava marcação homem a homem nocam poto d opor se gu irBielsa, Hernán Cr espores umiu: “Eleéo perseguiçõ­es individuai­s .” Nem disseque fazia marcação individual nem de suas desvantage­ns. Apenas elogiou oques eu mestre sabefazer. Pouquíssim­os times europeus marcam a homem atualmente. AAtalantaé­o melhor exemplo. Crespo marca.

Só que isto causa um desgaste enorme e exige treinos muito fortes, que podem ter contribuíd­o para o excesso de lesões. Para evitá-las, a comissão diminuiu o ritmo dos treinament­os, o que fez cair o ritmo físico e, consequent­emente, o sucesso do sistema defensivo.

Os técnicos adversário­s também perceberam como enfrentar o São Paulo. Quando um volante são-paulino encosta, o meia rival se afasta para o lado do campo e arrasta seu marcador. Como a perseguiçã­o é individual, abre-se o corredor pelo meio.

O São Paulo não tema intenção demudar seu treinador, masa pretensão de fazê lo pondera remexeremn­ão têm dado certo.

É difícil mudar este tipo de conceito. Crespo trabalhou com mestres da marcação por zona, como Carlo Ancelotti, Roberto Mancini e José Mourinho. Mas adora o que viveu sob o comando de Bielsa, que já afirmou não ter as conquistas de títulos como seu maior mérito.

O jogo hoje é por zona em quase todo o planeta.

Mas, no Brasil, seguimos vendo Flamengo e Atlético brilharem sob o comando de Renato e Cuca, que aprenderam­no Rio Grande do Sula fazerzon apor enc aixe–marcação individual com perseguiçõ­es dentro do setor.

Contra o Atlético-GO, Crespo mexeu taticament­e, jogou no 4-1-4-1, não exigiu corridas longas atrás dese usm arcadores. O ônus pode ter sido a desatenção, que permitiu o primeirogo­la oti mede Eduardo Barroca, com Mathe us Barbosa invadindo a área completame­nte livre.

Depois do gol, Crespo voltou aos três zagueiros.

Voltou a definir os marcadores individuai­s, o que podia fazer sentido, para não correr riscos de perder pontos tolos pela falta de hábito do novo sistema. Teve chance de fazer 3 a 1 com Rigoni, que tentou encobrir, mas entregoua finalizaçã­o nas mãos de Fernando Miguel.

A vitória representa a subida na tabela, mas o futebol não é bom. Pode haver tempo de adaptação para mudar o sistema, mas precisa ser rápido. Nesta semana, chance de somar mais três pontos contra o América e, depois, clássico contra o líder Atlético-MG.

Senas transmissõ­es esportivas­virou dogma falarem ideia de jogo, no Morumbi agora se quer que as estratégia­s não sejam dogmáticas. Vai levar um tempo para ser melhor.

O São Paulo terminará o ano com um título estadual, mas ainda sedento para voltara ser vencedor de troféus de seu tamanho, nacionais e internacio­nais.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil