Aras é convidado a explicar para o Senado rumos do relatório da CPI
brasília A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado aprovou nesta terça (23) convite para que o procurador-geral da República, Augusto Aras, explique os encaminhamentos que deu às propostas de indiciamento presentes no relatório final da CPI da Covid.
O requerimento, de autoria do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI, diz que a lei prevê prazo de 30 dias para que o procurador-geral “adote as providências cabíveis” quanto ao relatório final.
À noite, nesta terça, a PGR (Procuradoria-Geral da República) divulgou nota dizendo que Aras foi surpreendido com o convite, e que “sempre esteve e está aberto a receber integrantes do Parlamento, caso das comissões, para tratar de assuntos de interesse do país e não seria diferente em relação aos resultados da CPI.”
A CPI foi encerrada no dia 26 de outubro, com aprovação do relatório final do senador Renan Calheiros (MDB-AL). O documento pediu indiciamento do presidente Jair Bolsonaro e outras 77 pessoas, entre elas três filhos do chefe do Executivo, ministros, ex-ministros, parlamentares, lobistas, empresários e médicos.
Em vídeo divulgado na ocasião, Aras afirmou: “Haveremos de fazer um bom trabalho”. “Graças ao trabalho da CPI, já temos várias investigações em curso, ações de improbidade, denúncias já ajuizadas, afastamento de autoridades estaduais e municipais”, disse, acrescentando que as conclusões seriam tratadas com a “agilidade necessária”.
Ainda nesta terça, a PGR informou que Aras se manifestará no dia 27, quando completa um mês da entrega simbólica do documento, sobre as providências em andamento.
Há duas semanas, a PGR disse que no dia 9 concluiu o recebimento dos quatro terabytes de dados da CPI e que diligências investigativas sobre as autoridades dependiam da análise do material.
Os membros da CPI, reunidos em um observatório da pandemia, já haviam estabelecido como estratégia para avançar as responsabilizações aumentar a pressão sobre Aras, ameaçando convocá-lo se não avançasse com os encaminhamentos.
Diferentemente da convocação, de presença obrigatória, autoridades não são obrigadas a ir se convidadas.