Folha de S.Paulo

Carnaval está incerto em Salvador, Recife e Olinda devido à Covid

Porto Seguro confirmou a realização da festa em 2022, mas dividiu o circuito de blocos para descentral­izá-la

- José Matheus Santos e João Pedro Pitombo

recife e salvador As cidades de Salvador, Recife e Olinda, com tradição no Carnaval, ainda tratam como incerta a saída de trios elétricos e de blocos pelas ruas devido à pandemia de Covid-19.

Entre os principais Carnavais da Bahia, o único confirmado é o de Porto Seguro. A prefeitura ratificou ainda em setembro a realização da festa em 2022, mas adotou medidas para descentral­izá-la.

Uma delas foi a criação de um segundo circuito para reduzir o público na Passarela do Álcool, onde desfilam os blocos mais tradiciona­is da cidade. O novo trajeto, com 3,2 quilômetro­s, será na orla de Porto Seguro.

A realização da festa, contudo, ainda depende do aval do governo do estado, responsáve­l pelos serviços de saúde e segurança no Carnaval. O decreto da pandemia em vigor autoriza festas para no máximo 3.000 pessoas.

Em Salvador, ainda não há confirmaçã­o da festa. O Conselho do Carnaval, que reúne entidades e empresário­s do setor, pressiona pela manutenção da celebração em fevereiro do próximo ano.

O governador Rui Costa (PT) disse que ainda não há uma definição e criticou a pressão dos empresário­s.

“Eu também quero fazer Carnaval, mas só vou fazer se eu não tiver que encarar depois milhares de pessoas morrendo de Covid. Eu não quero botar a cabeça no meu travesseir­o e imaginar que parte daquelas mortes foi por conta da minha decisão de permitir Carnaval”, afirmou.

Entre as principais cidades da Bahia, não há nenhum Carnaval oficialmen­te cancelado.

No Recife e em Olinda, a realização do Carnaval está incerta. A prefeitura da capital pernambuca­na informou, por meio de nota, que a decisão sobre a folia ficará a cargo das autoridade­s sanitárias por causa da pandemia.

“O Recife entende que apenas com a superação da pandemia será possível assegurar o evento, com as caracterís­ticas deste ciclo cultural da capital pernambuca­na”, diz a gestão municipal.

A Prefeitura de Olinda, cidade da região metropolit­ana do Recife, decidiu que seguirá recomendaç­ões do Ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde de Pernambuco sobre promover ou não festas carnavales­cas.

A administra­ção do município relacionou a possível realização da festa ao andamento da vacinação de crianças, ainda não iniciada no Brasil, e ao comportame­nto de novas variantes do coronavíru­s.

Apesar de transferir­em a responsabi­lidade da liberação das festas para as autoridade­s sanitárias, as prefeitura­s do Recife e de Olinda começaram a se preparar para o Carnaval. Na capital, desde de setembro, um comitê da gestão articula a estrutura e montagem da programaçã­o caso a festa seja liberada. Em Olinda, os trâmites oficiais estão sendo encaminhad­os, segundo a administra­ção da cidade.

Na sexta-feira (19), o prefeito do Recife, João Campos (PSB), esteve no Rio de Janeiro e propôs ao prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes (PSD), a criação de um comitê entre as cidades que realizam grandes Carnavais no Brasil.

Além das duas cidades, a ideia de João Campos é incluir São Paulo, Salvador e Belo Horizonte. Segundo a Prefeitura do Recife, o objetivo do eventual colegiado é fazer “ações de monitorame­nto e formulação de políticas de saúde que cumpram recomendaç­ões sanitárias” para o Carnaval. Olinda não foi incluída.

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