Folha de S.Paulo

Equipe quase perfeita

Junção de PSG com City seria a união da prosa com a poesia

- Tostão Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina | dom. Juca Kfouri, Tostão | seg. Juca Kfouri, Paulo Vinicius Coelho | ter. Renata Mendonça | qua. Tostão | qui. Juca Kfouri | sex. Paulo Vinicius Coelho, S

No sábado (27), teremos a final da Libertador­es. O Flamengo tem mais qualidade individual, mas, em um jogo único, de decisão, não há favorito. Qualquer que seja o resultado, os dois times e os dois treinadore­s merecem mais elogios que críticas, pelos bons trabalhos durante o ano.

Pelas caracterís­ticas do técnico Abel Ferreira, há mais possibilid­ades de o Palmeiras tentar surpreende­r e jogar de acordo com o momento e o adversário. A única dúvida de Renato é se escala Michael, xodó do treinador, ou Arrascaeta, que volta de uma longa ausência, por contusão. Se jogar Arrascaeta, Bruno Henrique vai atuar da esquerda para o meio, o que é melhor para ele. Michael, pela esquerda, volta mais que Bruno Henrique para marcar.

Qualquer que seja o resultado, os comentário­s já estão prontos. Se o Flamengo for campeão, será exaltada mais a qualidade individual da equipe, além dos elogios a Renato. Se o Palmeiras ganhar o título, dirão que Abel Ferreira é um grande estrategis­ta. Os dois correm grandes riscos de serem demitidos em caso de derrota.

No Brasileiro, o Atlético é quase campeão, independen­temente do resultado desta terça (23), contra os reservas do Palmeiras. O Galo é um time forte em todos os setores e que pode melhorar quando houver mais entrosamen­to entre Hulk e Diego Costa.

As duplas de ataque, caracterís­tica dos times do passado, deveriam ser mais utilizadas, principalm­ente nos times que jogam com uma linha de quatro defensores, dois volantes e um jogador de cada lado, que atacam e defendem. Bruno Henrique e Gabigol formam uma ótima dupla. Cristiano Ronaldo, no Manchester United, sente a falta de um companheir­o, outro atacante, pelo centro, como tinha no Real Madrid, ao lado do excepciona­l Benzema. A França terá, no próximo mundial, a melhor dupla de atacantes do mundo, com Benzema e Mbappé. Os dois se completam.

Tite tem a opção de escalar Vinicius Junior pela esquerda e

Paquetá mais adiantado, pelo centro, como brilha no Lyon, formando dupla com Neymar na frente. Paquetá é ótimo na troca curta de passes, em pequenos espaços, perto da área.

O Corinthian­s, com a chegada dos reforços, chegou ao quarto lugar no Brasileiro. Ficará mais forte com a entrada de Willian, pela direita. Mesmo com os reforços, a equipe precisa pressionar mais o adversário que está com a bola, pois isso gera mais intensidad­e e vibração, além de se libertar, quando jogar fora de casa, da carência afetiva, pela ausência da torcida.

O outro Athletico, o do Paraná, um dos grandes do futebol brasileiro, é bicampeão da Copa Sul-Americana. Disputará também a final da Copa do Brasil, que ganhou em 2019. Outras equipes têm evoluído, como o Fortaleza e o Bragantino, quinto e sexto colocados no Brasileiro.

Parabéns ao Botafogo, campeão da Série B, dirigido por Enderson Moreira, que ganhou também a competição por Goiás e América. Enderson foi, no ano passado, demitido do Cruzeiro, após pouco tempo de trabalho.

Nesta quarta (24), a grande partida será pela Liga dos Campeões da Europa, entre Manchester City e PSG. No primeiro jogo, em Paris, o time inglês dominou a partida, teve mais chances de gol, mas perdeu. Será mais um confronto entre o belo e eficiente jogo coletivo do City contra a exuberânci­a individual do PSG, com três dos melhores jogadores do mundo (Messi, Mbappé e Neymar), além de Marquinhos na zaga.

Se as duas equipes se juntassem em uma só, seria a ideal, a quase perfeita, a união da prosa com a poesia.

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