Grammy promete coroar Olivia Rodrigo em 2022
Revelação do pop concorre às principais categorias ao lado de Billie Eilish, H.E.R, Lil Nas X e do pianista Jon Batiste
O anúncio dos indicados para o Grammy do ano que vem, maior premiação da indústria musical, pôs alguns dos nomes mais celebrados e comentados de 2021 na disputa pelas estatuetas que serão entregues em 31 de janeiro, no Staples Center, em Los Angeles.
A começar pelas revelações, Olivia Rodrigo —que vem conquistando fama estrondosa desde o início de 2021, atingiu número um na Billboard Hot 100 e já é cotada como uma herdeira de Taylor Swift— chega como a provável queridinha, e é a única que está nas quatro principais categorias. Seu bombástico “Sour” concorre a melhor álbum do ano e sua “Drivers License”, aos troféus de canção e gravação. Já não bastasse a aprovação enorme do público, as apostas são de que esta será a coroação de seu sucesso.
O pianista Jon Batiste, no entanto, foi quem surpreendeu, com a maior soma de indicações, 11 ao todo. Seu trabalho mais conhecido, a trilha sonora da animação “Soul”, já ganhou um Globo de Ouro e também concorre aqui. Mas o destaque para seu trabalho também figura na disputa pelo melhor álbum, com “We Are”, pela gravação do ano, com “Freedom”, além de estar na corrida por estatuetas de R&B.
O gramofone mais prestigiado é disputado ainda por “Love for Sale”, parceria de Lady
Gaga com o veterano Tony Bennett, “Happier than Ever”, uma Billie Eilish com toques de bossa nova, “Back of My Mind”, da queridinha H.E.R —que desbancou Beyoncé, Taylor Swift, Dua Lipa e Post Malone levando a melhor canção neste ano—, “Planet Her”, de Doja Cat, e o colorido e rebelde “Montero”, de Lil Nas X.
Este último, que chamou a atenção desde o início do ano quando rebolou para o diabo num clipe e celebrou a comunidade LGBTQIA+, também teve a ousadia reconhecida nas indicações para melhor clipe, canção, gravação e melhor performance de rap melódico.
Justin Bieber também disputa as estatuetas principais, além de melhor performance pop e R&B, categoria, no entanto, em que tem poucas chances. Seu disco “Justice”, em que declara o amor à mulher, mas em que também se arrisca ao se apropriar do discurso de Martin Luther King, teve uma recepção morna. Ao todo, Bieber concorre a oito prêmios, assim como Doja Cat e H.E.R.
Outro que teve recepção crítica bem abaixo do esperado foi Kanye West com o disco que leva o nome da mãe, “Donda”. É o primeiro álbum do rapper depois de sua separação de Kim Kardashian, do apoio declarado a Donald Trump e de sua fracassada candidatura à Casa Branca. Rendeu a indicação de álbum do ano e melhor álbum de rap. Ele também disputa o troféu de melhor música de rap e performance de rap melódico por parcerias com Jay-Z, The Weeknd e Lil Baby.
Entre as revelações, ainda que a vitória de Rodrigo seja quase certa, Finneas —como se batiza artisticamente Finneas O’Connell— vale destaque por não ser tão surpreendente assim. Na verdade, apesar da indicação pelo trabalho solo, ele também soma outras três indicações como colaborador da irmã, Billie Eilish.
O Brasil também está representado, mas bem mais distante dos holofotes. De um lado, a pianista paulistana Eliane Elias concorre ao melhor álbum de jazz latino por “Mirror Mirror”, em parceria com Chick Corea e Chucho Valdés. Do outro, o disco “Music Is The Weapon (Reloaded)”, do grupo Major Lazer, concorre ao melhor álbum de dance e eletrônica e tem duas faixas com participações de brasileiros —“Pra Te Machucar”, com Ludmilla, a banda baiana ÀTTØØXXÁ e o rapper Suku Ward, e “Rave de Favela”, com MC Lan, Anitta e Beam.
E, depois de laurear em 2021 Beyoncé como a artista mulher com mais gramofones da história —28 ao todo—, o prêmio deixou de fora do páreo de 2022 não só a diva pop como outras vencedoras famosas, entre elas Lana Del Rey —que lançou dois álbuns neste ano, “Blue Banisters” e “Chemtrails Over The Country Club”—, Miley Cyrus e Lorde —cujo recente “Solar Power” enveredou pela vida rural. A ver como as honras serão partilhadas no ano que vem.