EUA lideram ofensiva inédita para tentar conter alta do petróleo, mas preço sobe
washington | afp Em uma aliança inédita, os EUA e outros países, entre eles a China, farão uso de suas reservas estratégicas de petróleo para tentar provocar uma queda nos preços desta commodity —anunciou a Casa Branca nesta terça-feira (23).
O presidente Joe Biden informou que ordenou a liberação de 50 milhões de barris de petróleo das reservas estratégicas dos EUA.
“Essa decisão será tomada em paralelo com outras nações que têm um consumo importante de energia, como China, Índia, Japão, Coreia do Sul e Reino Unido”, disse a Casa Branca.
Diante dos rumores dessa operação coordenada, os preços do petróleo chegaram a cair 10% nos últimos dias. O anúncio, no entanto, não surtiu efeito. O petróleo Brent encerrou esta terça em alta de 3,3%, cotado a US$ 82,31.
A decisão surge em um momento em que os preços nos postos de gasolina continuam subindo nos EUA. Esse quadro representa um grande problema político para Biden, especialmente na véspera do Dia de Ação de Graças, feriado em que os americanos se deslocam para se reunir com seus familiares.
Apresentada como inédita, a iniciativa conjunta busca fazer os preços caírem de forma mecânica diante do aumento da oferta.
O petróleo encareceu em meio à reativação econômica na esteira da suspensão das restrições pela Covid.
Para chegar a esse acordo, Washington e Pequim puseram sua rivalidade de lado, já que a China também é um dos maiores consumidores de petróleo do mundo.
Petrobras limita pelo segundo mês entrega de combustíveis Nicola Pamplona
Rio de janeiro A Petrobras vê nova “demanda atípica” por parte de distribuidoras de combustíveis brasileiras e já comunicou ao mercado que não atenderá todos os pedidos de entregas de produtos em dezembro, a exemplo do que ocorreu em novembro.
Executivos do setor, mais uma vez, alertam para risco de desabastecimento, caso os preços praticados pela estatal em suas refinarias não justifiquem a importação, por empresas privadas, de produtos mais caros no exterior.
A Petrobras afirma que os pedidos têm sido maiores que o normal e defende que há outras empresas habilitadas a importar os produtos. Por falta de capacidade de produção, entre 20% e 25% do mercado de diesel é atendido por importações.
Assim como em novembro, os pedidos de diesel encaminhados pelas distribuidoras para dezembro foram atípicos e superiores ao mercado esperado para este período”, disse a estatal, em nota.
“Após avaliação de disponibilidade, considerando nossa capacidade de produção e oferta, o volume aceito foi inferior aos pedidos recebidos”, completou a empresa, que diz que “o atendimento do mercado segue normal, sem notícias de desabastecimento”.
A Petrobras não reajusta os preços da gasolina e do diesel há um mês. Segundo projeções do mercado, os aumentos mais recentes não foram suficientes para cobrir toda a defasagem em relação ao preço internacional, em um sinal de que a estatal vem trabalhando com um patamar mais baixo de preços.
No caso da gasolina, haveria espaço para um reajuste de 6%, segundo projeção mais recente do economista-chefe da Ativa, Étore Sanchez. Ele não descarta, porém, uma redução dos preços, caso esteja correta a hipótese de que a empresa admite trabalhar com deságio.
Em audiência na Câmara, o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, afirmou que “não é correto” atribuir à estatal o aumento nos preços dos combustíveis, alegando que não há monopólio no setor e que a empresa segue os preços do mercado.