Longa estrada
Grandes empresas de tecnologia afetadas pelo projeto de lei que busca combater a desinformação na internet, em discussão na Câmara dos Deputados, veem com ceticismo as chances da iniciativa no curto prazo. Executivos dessas companhias dizem duvidar da viabilidade de várias propostas do grupo de trabalho que discute o tema, consideram excessivas algumas obrigações criadas pelo projeto e veem as principais forças políticas longe do consenso necessário para sua aprovação.
escaninho O grupo de trabalho da Câmara aprovou nesta quarta (1º) uma nova versão do projeto apresentado pelo deputado Orlando Silva (PC do B-SP), relator da proposta original aprovada pelo Senado no ano passado. Ele deve seguir para o plenário e depois terá que ser submetido à avaliação do Senado novamente.
segredos em risco O projeto cria várias obrigações para tornar mais transparentes as políticas para remoção de conteúdos que violem os termos de uso das redes sociais e para o tratamento de dados dos usuários. Para as empresas, a proposta é muito detalhista e pode expor informações de interesse comercial.
façam fila Ferramentas de busca como o Google, que não eram afetadas pelo projeto do Senado, ganharam capítulo próprio na nova versão do projeto, com obrigações similares. Um terceiro capítulo regula os aplicativos de mensagens instantâneas, como o WhatsApp, e busca restringir seu uso para comunicação em massa.
pista própria Há preocupação nas empresas também com o capítulo que trata de contas de agentes públicos nas redes. Um dos artigos do projeto estabelece que ações judiciais contra a remoção de conteúdos desses agentes devem ter tratamento diferenciado no Judiciário, mais célere.
apetite exigente Dados coletados pelo Instituto de Finanças Internacionais, associação que representa os maiores bancos do mundo, apontam declínio acentuado dos fluxos de capital estrangeiro para investimentos em ações e títulos de empresas em mercados emergentes fora da China neste ano.
eles não Segundo o IIF, a retomada da atividade econômica e o início da vacinação contra a Covid-19 estimularam fluxos intensos entre o fim de 2020 e o início deste ano, mas a fragilidade da retomada afastou os investidores de muitos países. Os dados dos bancos indicam uma paralisação dos fluxos dirigidos a alguns mercados —em especial, Argentina, Brasil e Turquia.
para trás O recuo de 0,1% do PIB e a estagnação da indústria no terceiro trimestre do ano reforçaram o pessimismo entre empresários. “É improvável que o último trimestre traga resultado muito acima, a ponto de fazer o PIB do ano fechar acima de 4%. Esse desempenho repõe somente o que perdemos na pandemia”, diz José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Abiplast, associação da indústria de plástico.
corda bamba Fernando Pimentel, presidente da Abit, que representa o setor têxtil, avalia que a instabilidade política torna ainda mais incertas as perspectivas de crescimento em 2022. “A Black Friday não foi grande coisa e estamos aguardando o Natal. Tem expectativas favoráveis, mas o país não pode ficar de eleição em eleição paralisando o que tem de ser feito”, diz.
mau sinal Após a frustração com a Black Friday, lojistas de shoppings temem que o Natal também seja fraco. Luís Ildefonso, diretor na Alshop, associação que representa os empresários, afirma que esta foi a primeira vez nos últimos anos que os resultados da semana de promoções frustraram as projeções do setor.
sem presente “As vendas ficaram bem abaixo das nossas expectativas. É um termômetro ruim para o Natal”, afirma Idelfonso, que espera alta de 49% em relação a 2020, quando as lojas estavam fechadas.
pressa O Burger King pretende cortar seu cardápio para acelerar as filas de drive-thru em restaurantes dos EUA. O anúncio foi feito por Jose Cil, presidente da Restaurant Brands International, dona da rede, nesta quarta (1º). O Burger King também quer redesenhar o menu para facilitar a escolha do cliente. No Brasil, o cardápio segue sem mudança, segundo a empresa.
novos ares A Yduqs, rede de ensino dona da Estácio e do Ibmec, vai lançar um instituto com foco em organizações sociais e comunidades pobres. Além de promover ações para professores e alunos de escolas públicas, o objetivo é trabalhar com crianças e jovens em situação de vulnerabilidade.