Caminho errado
A sinalização de que a Justiça Eleitoral aposta preferencialmente em uma ação do Legislativo para criar regras de atuação do Telegram no país é vista com ceticismo entre investigadores que atuam em casos que envolvem a plataforma. O entendimento é que não há tempo hábil para a inclusão, no projeto das fake news, da exigência de que empresas tenham sede no Brasil. Além da dificuldade para aprová-lo em ano eleitoral, ainda há a possibilidade de veto de Jair Bolsonaro.
por aqui
O caminho mais viável, avaliam, seria uma ação direta do Judiciário, por meio da provocação do Ministério Público ou Polícia Federal em casos existentes. Outro caminho é a retomada do processo sobre o WhatsApp no STF, que poderia abordar a necessidade de haver sede no Brasil. O caso está com Alexandre de Moraes, que pediu vistas.
exemplo
Os investigadores que se debruçam sobre o tema citam o caso da Alemanha, onde pela primeira vez o Telegram bloqueou canais que espalhavam desinformação. A diferença, afirmam, é que lá o Executivo pressionou a plataforma, enquanto no Brasil Bolsonaro defende.
bombou
Pesquisa da Diretoria de Análises de Políticas Públicas da FGV mostra como o uso político da inauguração de uma obra na transposição do Rio de São Francisco e a imputação de crime pela PF pelo vazamento de um inquérito impulsionaram Jair Bolsonaro nas redes em fevereiro.
metade
O presidente aparece em 2,4 milhões das 4,7 milhões de menções a presidenciáveis entre os dias 1 e 8. Lula vem na segunda colocação, com destaque para abordagens sobre escândalos de corrupção nas gestões petistas.
indo
João Doria (PSDB) e Sergio Moro (Podemos) também registraram picos de menções. O governador no dia do acidente na obra do metrô e o ex-juiz devido aos recebimentos de uma consultoria. O pedetista Ciro Gomes teve maior engajamento nas manifestações sobre posição contrária à privatização da Petrobras.
santo...
O deputado Marco Feliciano (PL-SP) critica as investidas de Lula (PT) e Sergio Moro (Podemos) para atrair os cristãos, em especial os evangélicos, visando a disputa eleitoral e classifica os presidenciáveis de “religiosos bissextos”.
...do pau oco
Apoiador de Jair Bolsonaro, Feliciano diz que o presidente não é um santo, mas é “o que mais se aproxima dos nossos dogmas, costumes e fé”. Sobre Moro, ele afirma que o ex-juiz “só faltou subir nos botões da estátua do Padre Cícero quando esteve em Juazeiro do Norte (CE)”.
aqui não
“Os evangélicos passam a vida toda aprendendo que o maligno também se apresenta como anjo”, afirma.
contramão
Enquanto a précampanha de Jair Bolsonaro tenta reverter o desgaste causado pelo discurso contra as vacinas, apoiadores do presidente ainda mantêm o tema em pauta em suas páginas e canais nas redes sociais.
toma aí
Aliados como a deputada Bia Kicis e Anderson Moraes (RJ), além de canais no Telegram e WhatsApp, divulgaram conteúdo nos últimos dias contra o passaporte vacinal, com críticas a vacinação de crianças e com teorias conspiratórias sobre a fabricação dos imunizantes.
ajuda
O Fundo Positivo vai escolher 20 iniciativas no Brasil de prevenção ao HIV para destinar mais de R$ 1 milhão. Podem se inscrever no edital até março organizações, movimentos e fóruns que atuem em projetos voltados para o combate à doença.