De gargalhada marcante, atuou intensamente na universidade
ERNI JOSÉ SEIBEL (1951-2022)
são paulo Por mais de quatro décadas, o gaúcho Erni Seibel, dono de uma gargalhada marcante, atuou intensamente como professor na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), dedicando-se a formar gerações de estudantes e docentes.
Nos primeiros 15 anos na instituição, trabalhou no Departamento de Ciências da Administração e, a partir de 1993, passou a dar aulas no Departamento de Sociologia e Ciência Política. A migração de área veio após o doutorado na Alemanha.
A experiência nos dois campos o influenciou na fundação do NIPP (Núcleo Interdisciplinar de Políticas Públicas), referência em estudos na área, como segurança e gestão de políticas públicas. Suas pesquisas eram muito usadas por gestores catarinenses.
Lecionando desde 1978 na UFSC, Seibel fez de muitos alunos da graduação companheiros no ensino, como Julian Borba, que foi de bolsista de iniciação científica de administração a orientando no mestrado e, depois, colega no departamento de sociologia.
“Ele tinha amor pela ideia de universidade, apaixonado por esse espírito da liberdade, de conviver com várias tribos, com o diferente, fazia parte da razão dele de viver”, explica Borba. “Muito benquisto por todos, era um daqueles intelectuais que circulavam em vários espaços da universidade.”
Natural de Canoas (RS), Seibel contava aos amigos como a ditadura militar impactou sua formação acadêmica na UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Ele se envolveu em atividades políticas, como os movimentos pela redemocratização, e atuou com o sindicato dos professores, em Santa Catarina.
Mesmo após a aposentadoria, em 2009, continuou envolvido com a UFSC, trabalhando como voluntário e enriquecendo os debates e as lutas pelos direitos das mulheres e das minorias.
Constantemente cercado de estudantes e colegas, o gaúcho era conhecido pelo seu sorriso e humor inteligente, além de seu lado artístico. Escultor e artista plástico, fazia exposições e leitura de poesias. E tradicionais festas de fim de ano.
Desde 2020 se tratando contra um câncer, ele morreu em 8 de fevereiro de complicações da Covid-19. Deixa irmãos, sobrinhos e grande família acadêmica.
ISRAEL SANCOVSKI
Aos 86, solteiro. Domingo (13/2). Cemitério Israelita do Butantã, Jd. Educandário, São Paulo (SP)
WALDEMAR AVRITSCHER
Aos 83, casado com Harue. Domingo (13/2). Cemitério Israelita do Butantã, Jd. Educandário, São Paulo (SP)