Suspeito de matar palmeirense afirma que foi agredido e não sabe se é o autor do disparo
são paulo O agente penitenciário José Ribeiro Apóstolo Júnior, 42, suspeito de ser o autor do disparo que matou o motoboy Dante Luiz Oliveira, 40, logo após a final do Mundial de Clubes, no sábado (12), afirmou, em depoimento à Justiça, que foi perseguido por integrantes de torcida organizada do Palmeiras e que não sabe se disparo foi feito por ele.
Após o depoimento, o juiz Renato Augusto Pereira Maia, que estava no plantão judiciário na manhã de domingo (13), manteve a prisão do agente penitenciário.
Em decisão, disponível no site do Tribunal de Justiça, o magistrado transformou a prisão temporária em preventiva, ou seja, não há prazo para o suspeito ser solto.
Apóstolo Júnior, que é agente de escolta e vigilância da Secretaria de Administração Penitenciária, foi preso em flagrante. A arma, uma pistola 380, era de uso pessoal.
Segundo os autos, a defesa requereu liberdade provisória, ao argumento de que o réu é primário, de bons antecedentes, e ostenta endereço e trabalho fixos.
No sábado à noite, logo após a prisão, o delegado Maurício Freire afirmou que o preso disse ter sido confrontado por torcedores que duvidaram de que ele fosse palmeirense, foi perseguido, correu e, no desespero, disparou a arma.
Ao juiz, neste domingo (13), o agente penitenciário disse que foi “agredido por agentes da torcida organizada [Mancha Verde]”, sendo atacado a pontapés, e que, ao cair, teve a camisa rasgada, deixando a arma à mostra.
Nesse momento, afirmou, percebeu que a arma estava sem o carregador, que havia sido subtraído por alguém, assim como relógio e celular.
“Alega que mesmo assim novamente correu com a arma na mão, viu policiais militares e resolveu correr na direção deles para que o auxiliassem, porém foi alcançado por vários indivíduos, encurralado e novamente agredido”, afirma trecho do depoimento.
A partir daí, o agente penitenciário afirma que tentaram tomar a arma de sua mão e, diante da situação, não sabe informar se o disparo efetuado foi sua ação ou dos indivíduos que tentavam subtrair a pistola. “Só após o disparo conseguiu chegar até os policiais e entregou sua arma.”
Em sua decisão, o juiz anexa um link para um vídeo que mostra o suspeito perseguido por um grupo de torcedores e atirando a esmo: “Sendo possível que tal tiro tenha causado a morte da vítima”.
“A pessoa presa agiu, supostamente, com grande periculosidade, uma vez que levou arma de fogo para evento coletivo, efetivando supostamente disparos, o que denota um risco à incolumidade pública”, acrescenta o magistrado.
No sábado, o subcomandante do 4º Batalhão da PM, major Fábio Teodoro, afirmou que a briga entre torcedores e o tiro deram início a um tumulto no local onde palmeirenses foram assistir à final, nas imediações do Allianz Parque. Segundo o oficial, um homem teria corrido de outros em direção a um gradil que separava a PM da torcida. O rapaz que fugia, então, sacou a arma e baleou um homem no peito.
Depois do disparo, segundo o subcomandante, alguns indivíduos estouraram o gradil e partiram para cima de agentes da corporação.