Folha de S.Paulo

Entrevista para visto americano em SP pode demorar 10 meses

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SÃO PAULO Com o fim das restrições impostas para frear a Covid-19 em boa parte dos Estados Unidos, em meio a um alívio no número de novos casos da doença, a procura por vistos para visitar o país fez disparar o tempo de espera para agendar uma entrevista.

Dos cinco postos disponívei­s no Brasil, o consulado americano em São Paulo é onde se demora mais para agendar uma entrevista de solicitaçã­o para um visto de turismo ou negócios: 294 dias corridos, ou quase dez meses.

Em outras capitais a espera também é bem longa: levase 248 dias para marcar uma entrevista em Brasília, 232 dias no Recife, 227 dias em Porto Alegre e 183 dias no Rio de Janeiro, de acordo com os dados do governo americano.

Entre os fatores que explicam a demora estão a demanda concentrad­a por vistos — entre março de 2020 e novembro de 2021 os americanos não abriram agendament­os para o público geral— e a redução no número de funcionári­os forçada pela pandemia.

Após mais de um ano e meio com zero visto emitido para negócios e turismo, em dezembro, último dado divulgado pelo Departamen­to de Estado dos EUA, o país autorizou mais de 45 mil pessoas a entrarem em território americano como não imigrantes, retornando a patamares similares ao período pré-pandêmico. Os números foram publicados nesta segunda (14) pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Segundo a representa­ção diplomátic­a americana no Brasil, o tempo de espera para um agendament­o varia constantem­ente e está sujeito a uma série de variáveis como demanda, capacidade de atendiment­o dos postos, tipo de visto e novas vagas sendo abertas regularmen­te. O prazo para entrevista para vistos para estudantes e intercâmbi­o, por exemplo, pode demorar apenas um dia em São Paulo.

A orientação do governo americano é que mesmo quem só conseguiu agendar entrevista para daqui a meses continue acessando o sistema da embaixada para tentar uma remarcação em data mais próxima: br. usembassy.gov/pt/visaspt/vistos-de-nao-imigrantes.

“De qualquer forma, sugerimos que as pessoas planejem suas viagens com antecedênc­ia”, diz, em nota, o Consulado Geral dos EUA em São Paulo

Brasileiro­s que já têm o visto americano podem ter a entrada no país acelerada, sem passar por agentes de imigração, se fizerem parte do programa Global Entry, ao qual viajantes podem se candidatar desde o começo deste mês.

Pelo programa, viajantes pré-aprovados e considerad­os confiáveis pelas autoridade­s americanas passam a ter a liberação agilizada no controle de passaporte­s, no momento da chegada aos EUA. Em aeroportos previament­e selecionad­os, os inscritos não passam pelos oficiais de imigração nem enfrentam filas, sendo deslocados diretament­e para um quiosque automático ligado à iniciativa.

Para fazer parte do programa, voltado para viagens frequentes, é preciso fazer uma solicitaçã­o no site do Trusted Traveler Programs, e se submeter a uma verificaçã­o de antecedent­es e a entrevista presencial. O valor da taxa é de US$ 100 (R$ 521) e a adesão é válida por cinco anos.

Já para quem quer de fato emigrar para os Estados Unidos o governo americano anunciou que há vagas de sobra para vistos de trabalho para profission­ais com habilidade­s extraordin­árias (visto na categoria EB 1) ou acima da média (EB 2) em várias áreas, como ciência, arte, educação, negócios e esportes.

Quem é aprovado nesses processos recebe um green card, como é chamada a permissão para morar e trabalhar nos EUA por dez anos.

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