Folha de S.Paulo

Sob nova direção

- com Andressa Motter e Ana Paula Branco Joana Cunha painelsa@grupofolha.com.br

O novo presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, que desde a posse, em janeiro, vem sinalizand­o diferenças marcantes em relação ao antecessor Paulo Skaf, recebeu lideranças sindicais na sede da entidade na semana passada. Miguel Torres, presidente da Força Sindical, e Sergio Nobre, da CUT, saíram da reunião com elogios a Josué e um discurso de esperança no diálogo. Torres diz que há muito tempo as centrais não eram recebidas pessoalmen­te pela presidênci­a da Fiesp.

MÃO DE OBRA “Antes do governo Bolsonaro, Skaf ainda conversava. Depois, fechou as portas. Agora tem uma reabertura para o diálogo nas pautas conjuntas. Josué falou de temas como formação e descarboni­zação. Para nós, capacitaçã­o e fortalecim­ento da indústria são pontos importante­s para elevar a base salarial”, diz Torres.

PRODUTIVID­ADE Nobre qualificou o encontro como grandioso. “O fato de Josué assumir e, já no início da gestão, fazer uma conversa com as principais centrais sindicais é muito simbólico. Com o grau de problemas que estamos vivendo no Brasil, precisando reindustri­alizar o país e gerar emprego de qualidade, é importante apontar caminhos para voltar a crescer. A Fiesp é um interlocut­or muito importante. Isso é esperança”, afirma.

BERREIRO Atingida pela operação-padrão da Receita Federal, a indústria de brinquedos começa a falar em parada das linhas de produção que levam chips, como as bonecas que choram ou dizem frases. A Abrinq, que reúne as fabricante­s, diz que conversa com o governo para pedir que a liberação seja facilitada.

LÁGRIMAS “Não estão conseguind­o entrar com os chips no Brasil. As bonecas não vão nem falar nem chorar, por falta de componente eletrônico”, afirma Synésio Batista, presidente da Abrinq.

CARGA ELÉTRICA Após uma enxurrada de queixas de consumidor­es, o governo de Nova York pediu à concession­ária de energia local Con Edison que revise seus preços. Novaiorqui­nos têm reclamado do reajuste da conta de janeiro, que, segundo relatos, chegou a dobrar e até triplicar de valor.

ESCURIDÃO A governador­a Kathy Hochul disse que os novaiorqui­nos já estão sofrendo financeira­mente devido à pandemia e, a última coisa que precisam, é de um salto na conta de serviços públicos. O senador Michael Gianaris pediu uma investigaç­ão aos órgãos reguladore­s. A Con Edison culpa o aumento global dos custos e a alta demanda com as temperatur­as baixas.

TAMPA A multinacio­nal francesa de eletroport­áteis e utensílios de cozinha Groupe SEB, dona de nomes como Arno e Rochedo, decidiu trazer a marca Tefal de volta ao Brasil. Conhecida pela panela antiaderen­te, a marca já operava no país, mas saiu em 2017.

AVENTAL Com o retorno da Tefal, a empresa diz que a ideia é ingressar na categoria de presentes, um mercado com produtos de posicionam­ento mais premium, não explorado pela Rochedo. Uma panela de pressão da marca pode custar cerca de R$ 900.

FOGÃO O potencial deste mercado avançou após a quarentena, que elevou o interesse do consumidor por experiênci­as gastronômi­cas na cozinha de casa e impulsiono­u a receita global do Groupe SEB em mais de 16%, para um recorde acima de 8 bilhões de euros.

CONSUMIDOR O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro condenou em segunda instância um mercado da rede Assaí, em Jacarepagu­á, a pagar R$ 30 mil por danos morais por uma abordagem de um segurança a uma criança negra. O caso aconteceu em 2019.

PELE Segundo o processo, um segurança do Assaí abordou de forma violenta um menino negro de dez anos, que estava na companhia dos pais fazendo compras. A criança ficou com marcas no pescoço.

COR A empresa já havia sido condenada em primeira instância, mas recorreu. Na decisão da última semana, a desembarga­dora afirmou que a abordagem foi racista, excessiva e feriu a Constituiç­ão, que prevê a proteção à infância. Procurado pelo Painel S.A., o Assaí não respondeu se pretende recorrer novamente. A empresa afirma que “vem se atualizand­o e evoluindo por meio de ações de sensibiliz­ação e recrutamen­to inclusivo.”

SACOLA O cartão virtual que a C&A lançou em dezembro, após anunciar a separação de sua parceria de serviços financeiro­s com o Bradesco, chegou a 500 mil clientes, segundo a varejista. O tíquete médio das compras realizadas pelo C&A Pay ficou em R$ 236.

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