Empresas, fundação e governador negam irregularidades
Questionado sobre o assunto, o governo paulista afirmou que se trata de assunto anterior ao governador assumir o cargo, em 2019. “Os esclarecimentos são claros e não há fato que indique erro na condução do processo”, diz, em nota.
O advogado Marcio Pestana, que representa Doria, enviou nota em que afirma que não houve irregularidades.
O comunicado ressalta que o assunto se refere a 2015, quatro anos antes de assumir o governo e dois anos antes de virar prefeito de São Paulo.
“As negociações foram todas validadas juridicamente por ambas as partes. A área técnica do Tribunal de Contas do Estado, que é a responsável de fato para opinar sobre o tema, já se posicionou favoravelmente à aprovação das contas da Fundação de 2015, o que corrobora a transparência do assunto”, diz, em nota.
O Grupo Doria, por sua vez, nega a supervalorização. “Há uma tabela de preços praticada para todo o mercado e para cada cota, em cada evento, há valores a serem aplicados, de acordo as entregas, visibilidade e forma de participação, como é praxe no mercado para ações semelhantes.”
“Assim como cada veículo de comunicação, como a própria Folha de S.Paulo, possui uma tabela com diferentes valores para cada um dos seus produtos”, completa a nota.
O comunicado ainda afirma que não houve pagamento de valores por parte da fundação. “A emissora firmou acordo a partir de cota de media partner em modalidade permuta, o que corresponde a troca de serviços e/ou produtos entre as partes envolvidas, de maneira transparente, com as devidas documentações e comprovações de entrega.”
O comunicado finaliza lembrando que há duas décadas a empresa promove eventos para “estimular o networking entre o setor produtivo e o diálogo com o segmento público”.
“Todos os eventos contam com participação de veículos como media partner”, diz.
Já a Fundação Padre Anchieta afirmou que a permuta foi uma decisão técnica colegiada da direção, com aprovação da assessoria técnico-jurídica.
“A permuta de serviços por espaço publicitário é recurso corriqueiro na área de mídia, na qual não há gasto de recursos financeiros para nenhuma das partes. Ao contrário dos números indicados pela reportagem, sempre se avalia o horário de exibição, audiência e a disposição na grade de programas, além da contrapartida na permuta”, afirma a fundação, em nota.
A entidade diz ter prestado esclarecimentos ao Tribunal de Contas “para demonstrar a completa regularidade da permuta e que não houve nenhum prejuízo à instituição”.
O comunicado afirma ainda que o assunto se refere a prestação de contas antes da atual gestão da fundação.