Folha de S.Paulo

DF e três estados têm UTIs com taxas de ocupação acima de 80%

Nas últimas semanas, eram oito estados nessa situação, além do Distrito Federal

- Matheus Rocha, Raquel Lopes, José Matheus Santos, Leonardo Augusto, Patrícia Pasquini, Paulo Eduardo Dias, Fernanda Canofre, Ana Luiza Albuquerqu­e, Júlia Barbon e Isac Godinho

RIO DE JANEIRO, BRASÍLIA, RECIFE, BELO HORIZONTE, SÃO PAULO, PORTO ALEGRE E CONSELHEIR­O LAFAIETE (MG) Depois de semanas em situação preocupant­e, as UTIs (unidades de terapia intensiva) para casos de Covid tiveram melhora na lotação nea segunda-feira (14). Caiu para três o número de estados — Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Rondônia—, além do Distrito Federal, com taxas de ocupação acima de 80% nos leitos para pacientes graves.

Na última semana e na anterior, eram oito os estados, além do DF, com esse patamar de lotação. Minas Gerais, no outro extremo, vive o quadro mais confortáve­l do país, com 39% de seus leitos.

A situação de Mato Grosso do Sul ainda preocupa. O percentual, agora de 89% de ocupação, é quase o mesmo da semana anterior —havia lotação de 90% das UTIs.

O estado registrou 3.760 novos casos em 24 horas nesta terça-feira (15). A média móvel é de 3.167 novas infecções em sete dias. Com 92% dos leitos de UTI ocupados, a capital Campo Grande responde pela maior parte dos novos registros da doença (1.790).

O aumento das mortes por Covid-19 no estado também gera apreensão. Fevereiro nem chegou ao fim, mas já foram registrado­s mais óbitos do que todo o mês passado. Nas duas primeiras semanas deste mês, foram contabiliz­adas 167 vidas perdidas em razão da doença, contra 159 durante janeiro.

“Alertamos a população para buscar a vacinação, que é o único remédio contra a Covid-19. Assim como evitar aglomeraçõ­es e continuar com as medidas de proteção. Temos uma parcela da população que não foi tomar a dose de reforço e existe uma resistênci­a à vacina das crianças”, diz Geraldo Resende, secretário estadual de Saúde.

Atualmente, 74% da população de Mato Grosso do Sul estão com o esquema vacinal completo. No entanto, a vacinação infantil caminha a passos lentos. Embora a campanha de imunização para o público de 5 a 11 anos tenha começado em meados de janeiro, apenas 26% se vacinaram contra a doença.

O Distrito Federal está com 85% dos leitos de UTI ocupados. No total, a unidade da Federação possui 103 leitos para adultos, sendo que 88 estão em uso e apenas dois estão liberados.

Os outros 13 estão aguardando liberação ou estão bloqueados. Nesse último caso, o leito está sendo preparado para receber novo paciente, passando por desinfecçã­o ou por manutenção.

A unidade da Federação tem 18 leitos de UTI neonatal e pediátrica, sendo que 15 estão ocupados. Quatro leitos foram criados para esse público nesta semana.

Em Rondônia, estado com a lotação mais alarmante das últimas semanas (acima de 90%), apresentou melhora.

A ocupação de leitos de UTI está acima de 80% mesmo com abertura de vagas feita pela Secretaria de Estado de Saúde ao longo da semana.

Entre os dias 7 e 14 de fevereiro, o total de leitos de UTI para adultos em tratamento contra Covid passou de 65 para 69.

Em Pernambuco, a ocupação de leitos recuou de 88% para 81% em uma semana.

Já em São Paulo, na segunda, dos 8.208 internados com suspeita ou confirmaçã­o de Covid, 3.231 estavam em leitos de UTI. Na mesma data o estado disponibil­izava 5.190 leitos na UTI —a taxa de ocupação, portanto, é de 62%.

Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, no domingo (13), 27 hospitais estaduais com caráter regional situados no estado registrava­m ocupação superior ou igual a 90% nos leitos de UTI exclusivos para Covid-19. No dia 7 de fevereiro, eram 33. Dos 27 hospitais estaduais, estão na lista os institutos de Infectolog­ia Emílio Ribas e Dante Pazzanese de Cardiologi­a, o Hospital das Clínicas de São Paulo e o de Ribeirão Preto.

Ainda de acordo com a Secretaria Estadual da Saúde, São Paulo conta com cerca de 800 leitos pediátrico­s de enfermaria, com ocupação de 82%, além de 400 leitos de UTI para esse público, em média, com ocupação de 63%.

“Vários indicadore­s têm apontado que o número de casos de ômicron está em queda. Isso significa que as internaçõe­s e, muito em breve, os óbitos deverão cair de maneira mais acelerada”, afirma o infectolog­ista Evaldo Stanislau de Araújo, do Hospital das Clínicas da USP.

Na capital paulista, segundo a Secretaria Municipal da Saúde, a taxa de ocupação de leitos públicos de UTI para Covid-19 na rede municipal alcançou 52% nesta segunda — na ocasião, 297 dos 573 leitos intensivos estavam ocupados.

O secretário-adjunto da Saúde, Luiz Carlos Zamarco, afirma que a secretaria identifica estabiliza­ção nos números de internados, mas mais vagas podem ser disponibil­izadas.

Apenas o Hospital Municipal Ignácio Proença de Gouvêa, na Mooca, permanecia com a ocupação total na UTI e o Hospital Municipal Profª Lydia Storopolli, na Liberdade, estava em 80%.

 ?? ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil