Folha de S.Paulo

Fiel escudeiro de Muricy, era apaixonado pelo futebol

MÁRIO FELIPE PEREZ (1953-2022)

- Coluna.obituario@grupofolha.com.br Victoria Damasceno

são paulo Mário Felipe Perez, o Tata, como era conhecido, era visto pelos amigos como um homem calmo. Entre os mais próximos era lembrado por adorar a família, falando sempre da sua relação com os filhos e netos.

Tata nasceu em São Paulo, onde começou a jogar bola. No campo próximo a sua casa conheceu Muricy Ramalho, com quem jogou durante a adolescênc­ia.

O campo foi o ponto de encontro e de partida da amizade e parceria profission­al que durou mais de 40 anos.

Bom de bola dentro dos gramados e à beira do campo, construiu boa parte de sua carreira em times como São Paulo, Santos, Portuguesa, Juventus e São José. Atuando principalm­ente como meia, jogou profission­almente nas décadas de 1970 e 1980.

Após a aposentado­ria como jogador, foi para a comissão técnica, passando por Santo André e Portuguesa Santista, onde se tornou auxiliar de Muricy, em 1999. A dupla chegou ao São Paulo em 2006, quando ganhou o Campeonato Brasileiro. Juntos eles conquistar­am mais de dez títulos, sendo a Libertador­es com o Santos, o Campeonato Paulista pelo São Caetano, o bicampeona­to pernambuca­no com o Náutico, dois títulos estaduais com o Internacio­nal, o Brasileiro com o Fluminense e, com o São Paulo, o tricampeon­ato brasileiro de 2006, 2007 e 2008. Eles encerraram a parceria em 2016, no Flamengo, atuando por mais de 20 jogos pelo time.

Tata era católico. Muricy conta que, no período em que moravam em Porto Alegre, o auxiliar ia à igreja quase diariament­e e, na volta, sempre trazia um sanduíche para ele.

Um cuidado que se manifestav­a também no campo: era ele quem acalmava Muricy quando o amigo ficava muito nervoso. Para o técnico, eles se complement­avam: um com o temperamen­to calmo, e o outro mas explosivo.

“Ele era meu cara, que cuidava muito de mim quando eu precisava. Independen­temente do lugar que a gente estava, ele estava sempre me acalmando, sempre me ajudando, uma parceria muito boa”, afirmou à Folha.

Mário Felipe Perez morreu no dia 9 de fevereiro aos 68 anos. Deixa a esposa Joyce e os filhos Caco, José Renato e Ana.

SILVIA RUSSOLO

Aos 89, solteira. Terça (15/2) Cemitério Dom Bosco, São Paulo (SP)

1 ANO PAULO FRANCO NEVES

Quarta (16/2) ao meio-dia, Igreja São Pedro e São Paulo, Morumbi, São Paulo (SP)

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