Folha de S.Paulo

Festival de Curitiba celebra 30 anos com programaçã­o ao vivo e diversidad­e maior

- Marina Lourenço

são paulo Depois de sucessivos adiamentos, cancelamen­to e até edição online, o Festival de Teatro de Curitiba, principal mostra de artes cênicas do país, se prepara para voltar à sua tradição anual de apresentaç­ões presenciai­s e, desta vez, celebrar o aniversári­o das três décadas que completa em 2022.

Estreias, pré-estreias, remontagen­s, exposições, shows, oficinas, palestras, exibição de filmes, lançamento­s de livros, debates e performanc­es tomam conta da programaçã­o da 30ª edição do festival, que ocorre entre 28 de março e 10 de abril, na capital paranaense.

Entre os destaques, há a estreia de “G.A.L.A”, monólogo de Gerald Thomas que traz uma mulher, vivida por Fabiana Gugli, sozinha num barco à beira do naufrágio em tempos pandêmicos. Ainda há as pré-estreias de “Tudo” —de Guilherme Weber, com três fábulas de comédia dramática— e “A Aforista” —inspirado em Thomas Bernhard e com direção de Marcos Damaceno.

Peças que fizeram sucesso em edições anteriores retornam com nova roupagem. É o caso de “O Casamento”, da companhia Os Fodidos Privilegia­dos, “Conselho de Classe”, da Cia. dos Atores, e “Till, A Saga de um Herói Torto”, do Grupo Galpão.

Entre os musicais, há “A Hora da Estrela ou O Canto de Macabéa”, uma adaptação do clássico de Clarice Lispector com trilha original de Chico César, e “Cordel do Amor Sem Fim”, com direção, cenário e figurino de Gabriel Villela.

O festival traz ainda um show do rapper Emicida, que já estava previsto para acontecer na edição de 2020, e a mostra fotográfic­a “Viva! 30 Anos por Lenise Pinheiro”, que reúne mais de 400 imagens de todas as edições do evento, registrada­s pela fotógrafa, especializ­ada nas artes cênicas.

Outro destaque da edição é a criação de uma rede social voltada exclusivam­ente aos profission­ais de teatro, que deve seguir mesmo após o fim da programaçã­o.

“O objetivo não é transmitir peças online, mas sim conectar desde os artistas até os fornecedor­es. É uma espécie de rede social do teatro brasileiro. Dá para armazenar conteúdos, trocar informaçõe­s, se conectar”, afirma Fabíula Passini, diretora do festival.

Ainda segundo ela, a organizaçã­o do evento está recebendo consultori­as de biossegura­nça para garantir o bem-estar de todos os participan­tes e evitar o contágio pela Covid-19. Ela diz também que o retorno do festival é uma oportunida­de de conhecer e celebrar sua história.

“A partir do momento que as vacinas avançaram e as taxas de contágio diminuíram —apesar da ômicron, que esperamos que reduza até o fim de março—, começamos a planejar esse retorno, pensando na comemoraçã­o dos nossos 30 anos”, afirma a diretora.

Entre os artistas, há nomes como Mateus Solano, Vladimir Brichta, Júlia Lemmertz, Denise Fraga, Guta Stresser, Luís Melo, Deborah Colker, Denise Stoklos, Nicole Puzzi, Rosana Stavis e Edson Bueno.

“É uma programaçã­o de festividad­e. É feita para celebrar as pessoas que já passaram pelo festival e toda a memória dele que não está na internet”, afirma Passini.

30º Festival de Curitiba

De 28 de março a 10 de abril. Grátis a R$ 80. Mais informaçõe­s em festivalde­curitiba.com.br

 ?? Bruno Santos/Folhapress ?? Fabiana Gugli em ‘G.A.L.A.’, monólogo dirigido pelo dramaturgo Gerald Thomas
Bruno Santos/Folhapress Fabiana Gugli em ‘G.A.L.A.’, monólogo dirigido pelo dramaturgo Gerald Thomas

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