Kalil anuncia aliança com Lula em MG após impasse e desistência de Agostinho
Pré-candidato ao Governo de Minas Gerais, Alexandre Kalil (PSD) anunciou nesta quinta-feira (19) a aliança com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no estado.
Kalil se reuniu com o deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG), coordenador da campanha de Lula em Minas, e com o deputado estadual Agostinho Patrus (PSD-MG), que desistiu de ser o vice de Kalil na chapa.
Os termos do acordo ainda não foram divulgados. A reunião, feita em Belo Horizonte, durou a tarde toda.
O palanque ainda não havia sido oficializado por causa de entraves envolvendo a disputa pelo Senado no estado —Reginaldo e Alexandre Silveira (PSD) são os précandidatos de cada partido a uma vaga na Casa.
Além disso, a chapa do PSD inicialmente seria puro-sangue, com Agostinho Patrus como o vice de Kalil. O PT argumentava que, para dividir o palanque, era necessário ter um petista na composição. Na quarta (18), Agostinho disse ao PSD que abriria mão da vice pelo acordo.
A decisão de Agostinho não só atende ao que exige o PT como também dá fôlego à candidatura do ex-prefeito de BH; conforme divulgado pelo UOL, o PSD de Minas considerava mais vantajoso investir na reeleição de Silveira ao Senado do que brigar pelo governo estadual.
Parte do eleitorado mineiro do PSD —principalmente no interior— é identificada com o bolsonarismo, assim como alguns dos parlamentares eleitos. O próprio Silveira foi cotado para ser líder do governo no Senado.
A decisão de Agostinho foi tomada três dias após a presidente nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), anunciar que Reginaldo assumiria a coordenação da campanha de Lula em Minas e que atuaria nos bastidores para selar a aliança com o PSD.
Oficialmente, Reginaldo disse que não estava abrindo mão de disputar o Senado, mas internamente já admitia ceder para viabilizar a aliança. Seu nome está cotado para vice de Kalil, assim como o do deputado estadual André Quintão (PT-MG).
A reportagem apurou que Quintão foi indicação do próprio Kalil, mas que a decisão final caberia a Reginaldo, a quem a campanha nacional deu liberdade para costurar as negociações no estado.
A falta de um acordo formal teria provocado a ausência de Kalil no palanque de Lula em viagem a Minas na semana passada.
O ex-prefeito de BH pediu, durante sabatina Folha/uol, uma aliança formal com o Lula. Ele elogiou o ex-presidente, e o chamou de “grande líder”: “Eu tenho uma visão humana, como o presidente Lula”, disse.