Biden tenta levar Guerra Fria à Ásia, mas sem gastar muito
A pressão americana sobre a China, preparatória da viagem a partir desta quinta (19) de Joe Biden a Japão e Coreia, vem há mais de duas semanas.
No Financial Times, vazado em Washington, “Estados Unidos mantêm conversa de alto nível com Reino Unido sobre ameaça da China a Taiwan”. Foi “para explorar os planos de contingência de conflito [militar] pela primeira vez”, desde já passando a fornecer “inteligência sobre Taiwan”.
Uma semana depois, como noticiou o portal Guancha, de
Xangai, o porta-voz do ministério do exterior chinês respondeu, ao ser questionado em entrevista coletiva, que “os EUA vêm jogando mais a ‘carta de Taiwan’ e colocando em perigo a paz e a estabilidade do estreito de Taiwan”.
Nos últimos dias, o conselheiro de Segurança Nacional de Biden, Jake Sullivan pediu uma conversa telefônica com Yang Jiechi, seu colega chinês, quando “discutiram questões de segurança regional”, segundo o Wall Street Journal.
South China Morning Post e Global Times, por outro lado, destacaram que Yang teria dito a Sullivan: “Se os EUA continuarem a jogar a ‘carta de Taiwan’ e seguirem o caminho errado, isso certamente levará a situações perigosas”.
Segundo o site Politico, Sullivan destaca que a viagem de Biden “vai mandar mensagem poderosa, que será ouvida em Pequim”. Já o WSJ diz que seus “aliados” asiáticos questionaram a falta de ofertas dos EUA, que não “abrem o mercado” para importar mais produtos.
O ministro do comércio do Japão, em coletiva, “sugeriu que os EUA fracassaram em convencer países hesitantes” a participar da iniciativa econômico indo-pacífica que a viagem pretende lançar —e que, diz o ministro “só faz sentido” se várias economias entrarem.
Foi uma referência, anotou o jornal financeiro, ao montante oferecido por Biden aos líderes do Sudeste Asiático que levou até Washington, dias atrás: US$ 150 milhões.
Solidariedade brics
Na quinta, os ministros do exterior do grupo Brics, inclusive o indiano S. Jaishankar, realizaram encontro virtual preparatório para a cúpula deste ano, a ser presidida pela China. No destaque do Global Times, em mensagem aos chanceleres, Xi Jinping “reforça solidariedade Brics em tempo de turbulência e transformação”.