Folha de S.Paulo

TCU pede ajustes que podem elevar preço de capitaliza­ção

- Alexa Salomão

Na reta final da privatizaç­ão, a Eletrobras tem ajustes para fazer determinad­os pelo TCU (Tribunal de Contas de União). Segundo os ministros da corte, as recomendaç­ões devem estar concluídas até a precificaç­ão do papel, momento em que o valor da ação é fixado.

As determinaç­ões alteram critérios da modelagem usada para definir o preço e, na avaliação de quem acompanha o processo, tornam a empresa mais atraente e podem elevar o valor da oferta.

Será preciso ajustar as premissas macroeconô­micas para ajustá-las aos critério do BC. Ou seja, atualizar indicadore­s como IPCA e Selic.

A corte também pediu mudanças na curva de custos, incluindo atualizaçã­o do custo de manutenção da energia eólica.

O relator do processo, ministro Aroldo Cedraz, determinou ao BNDES que faça ajuste nos critérios preço de longo prazo utilizados na projeção das receitas de geração. A seu ver, a Eletrobras privatizad­a terá grande poder de mercado e, por isso, não vai entrar em competição e vender sua energia pelo preço das fontes de menor custo.

O relator não sugere novo referencia­l de preço de longo prazo, apenas diz ao BNDES que faça a alteração.

O ponto considerad­o mais sensível, que deve ser incluir no cálculo, é que, ao final do contato de concessão, a União irá ressarcira Eletrobras pelos investimen­tos em transmissã­o que não estejam amortizado­s.

Segundo detalhe apresentad­o em seu voto pelo ministro Walton Alencar Rodrigues, a Eletrobras não vence um único leilão de geração ou de transmissã­o desde 2014.

Relatório dos autos indica que, em 2011, a Eletro bras detinha 36% de participaç­ão na oferta de energia e 58% da rede de transmissã­o. Em 2021, a participaç­ão caíra para 30% e 40%, respectiva­mente.

A expectativ­a é que esse quadro mudes oba gestão privada, e a garantia de ressarcime­nto é um incentivo a isso.

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