No mundo, doenças inflamatórias intestinais afetam 5 milhões de pessoas
Em maio ocorre a conscientização sobre a condição; no Brasil, a prevalência aumentou para 100 a cada 100 mil habitantes em 2020
As DIIS (doenças inflamatórias intestinais) ainda são um tabu. Com difícil diagnóstico, ela atinge cerca de 5 milhões de pessoas em todo o mundo. Podem aparecer sob o nome de Crohn e retocolite ulcerativa, doenças crônicas que não têm cura.
No Brasil, a prevalência aumentou de 30 a cada 100 mil habitantes em 2012, para 100 a cada 100 mil habitantes em 2020, segundo a Sociedade Brasileira de Coloproctologia.
O tratamento envolve corticoides, imunossupressores e um cicatrizante intestinal.
Para conscientizar a população sobre a doença, foi estabelecido que 19 de maio seria o Dia Mundial das Doenças Inflamatórias Intestinais. Desde de 2010, especialistas, pacientes e ativistas se unem em todo o mundo para conscientizar sobre a condição.
A estudante Joice Cruz, 24, é uma das atingidas pela enfermidade. Desde 2012 ela vive com a doença de Crohn. Os sintomas começaram aos 11 anos com uma anemia severa, mas ela só recebeu o diagnóstico um ano depois, quando passou a sentir muito desconforto intestinal.
Joice, que mora em Uberlândia (MG) já passou por mais de 20 cirurgias. Um dos procedimentos foi uma colostomia, intervenção que exterioriza parte do intestino no abdômen quando a pessoa apresenta qualquer problema que a impeça de evacuar.
Hoje, depois de dez anos de tratamento, Joice está em remissão —quando a doença não gera mais crises inflamatórias e o uso de corticoides não é mais necessário.
DIIS são doenças crônicas autoimunes que atingem o trato digestivo. Enquanto a retocolite é mais superficial e ataca principalmente o intestino grosso e o reto, a doença de Crohn pode causar inflamações profundas desde a boca até o ânus.
Não existe uma única causa para as doenças. O paciente precisa ter predisposição genética, mas fatores como alimentação, alcoolismo e desregulação da microbiota humana também têm um papel crucial. Ot abagis moéoprinci palmo tor conhecido pordes encadeara doenç ade Crohn.
De acordo com o médico Rogerio Serafim Parra, responsável pelo Ambulatório de DIIS do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, um especialista deve procurado quando forem observados diarreia por mais de 3 semanas, emagrecimento progressivo, sangramento nas fezes, anemia e feridas na boca ou no ânus.
Os médicos recomendados são os gastroenterologistas e os colo proctologistas. O tratamento inicia lé feito com cor tico ides, medicamentos imunossupressores que não agridem o intestino, e mesalazina, um cicatrizante intestinal.
Os pacientes mais graves precisam receber imunobiológicos. Esses medicamentos agem contra moléculas específicas no corpo. O principal dele sé oanti-tnf, que atua contra uma molécula do sistema inflamatório envolvida em doenças autoimunes.
Os medicamentos para tratamento das DIIS podem custar mais de 10 mil reais. Alguns deles são oferecidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde), mas segundo Parra, as diretrizes não são atualizadas com frequência. Isso faz com que os medicamentos mais novos e eficazes não estejam disponíveis.
As doenças inflamatórias intestinais ainda não têm cura, mas quando o médico encontra o melhor tratamento para o paciente, ele pode entrar em estado de remissão.
“Se agente tratar adequadamente, no período certo e com drogas boas, a maioria dos pacientes consegue ter uma vida próxima do normal”, completa Parra.
“Se a gente tratar adequadamente, no período certo e com drogas boas, a maioria dos pacientes consegue ter uma vida próxima do normal
Rogerio Serafim Parra médico