Folha de S.Paulo

Mensagens serão projetadas em shows de funk, samba e rap na Virada Cultural

- Jairo Malta folha.com/sonsdaperi­fa

A cultura periférica vai além dos bailes funk, das rodas de samba ou das batalhas de rap, ela aparece em outros lugares como a arte. Com o objetivo de dar visibilida­de à pichação, enquanto ritmos mais urbanos sobem ao palco, vão surgir projeções a laser formando tags no formato de picho.

A intervençã­o “Holograma das Ruas” vai ser projetada no Vale do Anhangabaú durante shows de artistas como Tássia Reis, Don L e Margareth Menezes na Virada Cultural, evento que acontece durante 24h neste sábado e domingo.

M.I.A, que está à frente do projeto ao lado do iluminador Diogo Terra, é pichador, artista visual e também terá suas tags projetadas na ocasião. Do desejo de promover este contraste entre arte e o ilegal —mas sem infringir a lei—, nasce a proposta de projeções, uma união de arte e tecnologia, dando uma aparência mais moderna ao ato marginaliz­ado.

Para entender melhor a arte: um holograma nada mais é do que uma imagem tridimensi­onal criada a partir da projeção de luz sobre figuras bidimensio­nais (2D), e dessa forma, cria-se uma terceira dimensão (3D). As mensagens dos artistas buscam provocar uma reflexão social. O grupo de artistas, técnicos e produtoras explica que a terceira dimensão neste caso seria o próprio cenário urbano, que por um lado, é acostumado a receber o picho fisicament­e.

Outro artista que vai ter suas obras projetadas durante os shows é o maranhense Jah no Controle. Ele é também um dos educadores responsáve­is por oficinas de arte urbana no centro. “Hoje a arte urbana está em alta e sendo valorizada, a pichação é apenas uma delas. Esse é um movimento que vem sendo transmitid­o de geração em geração”, afirma o pichador.

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Rafael Avancini/ Divulgação Projeções de tags nos prédios do centro de São Paulo

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