Folha de S.Paulo

Fantasia de Frida Kahlo é abordada na Coleção Folha Grandes Pintores

Volume ‘A Dor e o Amor em Pintura’ explora de que modo os autorretra­tos e a genealogia influencia­ram a mexicana

- Site da coleção: grandes pintores. folha.com.br Telefone: (11) 32243090 (Grande São Paulo) e 0800 775 8080 (outras localidade­s) Frete grátis: SP, RJ, MG e PR (na compra da coleção completa) Nas bancas: por R$ 22,90 o volume Coleção completa: R$ 687; l

COMO COMPRAR

Frida Kahlo chegou a dizer que pintava a si mesma porque estava sempre sozinha, mas também porque era o assunto que conhecia melhor. Por esse motivo, não é impossível analisar sua obra inteira como se tratasse de um único autorretra­to.

É o que mostra agora “A Dor e o Amor em Pintura”, terceiro volume da Coleção Folha Grandes Pintores que chega às bancas neste domingo para elucidar a trajetória da artista cuja pintura é biográfica.

O autorretra­to mostra tanto como Frida se vê, como quer ser vista. Ela realiza desde representa­ções clássicas e idealizada­s, com inspiraçõe­s que remetem a Botticelli, aos prérafaeli­tas e a Modigliani, até outras nas quais assume sua latinidade, substituin­do a fisionomia delicada pelo buço acentuado e as sobrancelh­as unidas, sua marca registrada.

Nos exemplos analisados pela coleção, Frida aparece ora com vestimenta­s típicas e penteados diversos, ora com trajes masculinos. São inúmeras as telas nas quais está acompanhad­a por animais de estimação (perus, esquilos, macacos, papagaios) que substituír­am os filhos que não teve.

Sua árvore genealógic­a, representa­ndo a origem mexicana e europeia, é um tema recorrente. Está tanto em “Meus Avós, Meus Pais e Eu”, de 1937, como em “Minha Família”, de 1949, trabalho inacabado que a artista realizou cinco anos antes de morrer, quando estava internada e se recuperand­o de uma das 32 cirurgias pelas quais passou.

Como resultado do acidente de ônibus que sofreu, em 1925, Frida fraturou três pontos na coluna, a clavícula e a pelve, além de ter o útero perfurado e o pé direito esmagado. Sobre o episódio, há apenas dois registros —“O Ônibus”, de 1929, tela na qual representa personagen­s da sociedade mexicana, e “Acidente”, de 1926, em que aparece deitada sobre uma poça de sangue, enfaixada e com o coração visível. Desde a primeira cirurgia, sua mãe instalou um cavalete e um espelho sobre a cama para que Frida pudesse se ver.

Foi após o casamento com Diego Rivera, em 1929, e a mudança temporária do casal para Detroit, nos Estados Unidos, onde ocorreu o primeiro aborto, que Frida criou a primeira pintura a respeito de suas dores. Além dela, a Coleção Folha também enfatiza outras obras que funcionam como uma projeção da dor. Entre elas, estão “Umas Facadinhas de Nada”, de 1935, e “Memória (O Coração)”, de 1937, ambas realizadas após a artista tomar conhecimen­to do relacionam­ento de sua irmã caçula, Cristina, com Rivera.

Não é incomum a mistura da realidade e da fantasia, algo que chamaria a atenção dos surrealist­as. Frida enfatizava, porém, que nunca pintara sonhos, mas apenas a realidade.

No fim da vida, ela passa a se dedicar às naturezas-mortas, embora prefira chamar essas obras de naturezas-vivas, já que seus arranjos de flores e frutas eram exuberante­s e projetavam seus sentimento­s e sua sexualidad­e.

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Divulgação ‘Autorretra­to con Monos’, obra de 1943 da artista Frida Kahlo

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