Moscou e Otan se desafiam em manobras militares no mar Báltico
Enquanto se enfrentam de forma indireta na Guerra da Ucrânia, na qual Kiev sustenta boa parte de seu esforço contra a invasão de Moscou com armas fornecidas pelo Ocidente, Rússia e Otan se provocam mutuamente nas águas do mar Báltico.
O Ministério da Defesa russo informou que, nesta quinta (9), sua Frota do Mar Báltico iniciou um exercício militar de defesa de rotas marítimas e bases terrestres no território de Kaliningrado, a porção mais ocidental da Rússia, tomada da Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.
Foram mobilizados 60 navios e 40 aviões ao mesmo tempo que a aliança militar ocidental faz seu maior exercício naval anual na região, com 45 embarcações e 75 aeronaves. O Baltops, como é chamada a ação ocidental, acontece todo ano desde 1972, mas a guerra mudou sua configuração.
Primeiro, ele é centrado na Suécia, que com a Finlândia fez um pedido de admissão no clube militar de 30 membros liderados pelos Estados Unidos para fazer frente à percebida ameaça russa a leste.
As manobras do Baltops começaram no último domingo (5) e se estenderão até o dia 17. Os russos não anunciaram a duração de seus exercícios, mas eles não haviam sido anunciados, revelando assim o seu caráter de resposta política.
Para os suecos e finlandeses, que participam como convidados de 12 países da Otan no Baltops, é uma realidade colocada. Com as manobras em resposta ao Baltops, vem a certeza da mudança do status dos então neutros nórdicos percebido em Moscou.
Para complicar, exercícios militares concorrentes, assim como patrulhas aéreas mais agressivas, carregam o risco intrínseco de algum erro de cálculo ou enfrentamento acidental.
O Báltico é um dos principais campos de atrito estratégico entre Rússia, que tem na região sua saída para o Atlântico, e o Ocidente.