Folha de S.Paulo

Campanha de Bolsonaro vê Datafolha com alívio e aposta em pacote social

- Marianna Holanda , Renato Machado , Danielle Brant , Matheus Teixeira e Julia Chaib

BRASÍLIA Aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) receberam com alívio o resultado da pesquisa do Datafolha divulgada nesta quinta-feira (23), que mostrou estabilida­de do mandatário.

Na avaliação de integrante­s da campanha, os números poderiam ter vindo piores diante do aumento no preço dos combustíve­is e da prisão de um ex-ministro do governo. O resultado, segundo esses aliados, mostra que Bolsonaro pode ter chegado a um piso no primeiro turno e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a um teto.

A maior preocupaçã­o do entorno do chefe do Executivo tem sido a crise econômica e a alta dos preços da gasolina e do diesel. Mas, como a Folha mostrou, o governo deve mudar o pacote de combustíve­is que havia proposto para dar um incremento nos benefícios do Auxílio Brasil.

Aliados esperam que, diante do pacote reformulad­o de R$ 1.000 de ajuda aos caminhonei­ros, do aumento no vale-gás e de um Auxílio Brasil de R$ 600, Bolsonaro poderá voltar a subir nos levantamen­tos eleitorais.

O Planalto também credita a estabilida­de de Bolsonaro diante do reajuste dos combustíve­is à estratégia de comunicaçã­o do governo —que, no caso, conseguiu transferir a responsabi­lidade e, de certa forma, vilanizar os executivos da Petrobras.

Na campanha petista, a avaliação é de que o Datafolha reflete o atual cenário econômico negativo, que breca o cresciment­o de Bolsonaro.

A aposta no PT é que as próximas semanas serão decisivas. Se as medidas econômicas não surtirem efeito, líderes petistas avaliam que Bolsonaro poderá desidratar e chegar ao piso de seu eleitorado, que, dizem, fica entre 20% a 25% da população.

O presidente do PDT, Carlos Lupi, disse não ser impossível Ciro Gomes desbancar Bolsonaro e enfrentar Lula no segundo turno. Para ele, a prisão de Milton Ribeiro ainda não se refletiu na pesquisa.

Já o presidente do Cidadania, Roberto Freire, minimizou os números de Simone Tebet (MDB), candidata da coligação do seu partido com MDB e PSDB. Ele afirmou que ainda estão em “início de campanha”.

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