Bolsa cai ao menor nível em um ano e meio
Dólar avança para R$ 5,23 com temores sobre escalada das taxas de juros nos EUA para tentar domar a inflação
Em um dia negativo para os mercados de ações de países em desenvolvimento, a Bolsa brasileira recuou ao seu menor nível desde o início de novembro de 2020. O Ibovespa caiu 1,45% nesta quinta (23), para 98.080 pontos.
Como é comum em momentos de aversão aos investimentos mais arriscados, o dólar apresentou ganhos ante a maior parte das moedas emergentes. No mercado de câmbio brasileiro, a divisa americana avançou 1,02%, a R$ 5,23.
Assim como na véspera, declarações do presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) ao Congresso dos EUA alarmaram investidores quanto à aceleração da escalada dos juros no país e, consequentemente, para o risco do tombo que esse aperto ao crédito pode provocar na economia mundial.
Jerome Powell disse ao comitê de serviços financeiros da Câmara dos Deputados que o controle da inflação mais alta em 40 anos no país deve ser “incondicional”.
Em Nova York, porém, o índice de referência da Bolsa subiu 0,95%. Cabe ressaltar que a ligeira recuperação ocorreu sobre um patamar baixo. O S&P 500 acumula queda de 20% neste ano.
Temores de uma recessão nos EUA já tinham voltado a balançar os mercados mundiais na quarta-feira (22) após o presidente do Fed ter reforçado, em audiência no Senado, o ímpeto da autoridade monetária em frear a inflação.
Powell afirmou, na ocasião, que o risco de desaceleração econômica é “certamente possível” durante audiência ao comitê bancário do Senado, embora tenha ponderado quanto à possibilidade de recessão.
Analistas consideraram as declarações de Powell como um aviso de que o Fed poderá subir sua taxa de juros entre 0,75 e 1 ponto percentual em agosto.
Na semana passada, o Fed aumentou os juros em 0,75 ponto percentual, na maior elevação aplicada pela autoridade desde 1994.