Meta de inflação de 2025 será de 3%, define CMN
O CMN (Conselho Monetário Nacional) definiu nesta quinta-feira (23) que a meta de inflação para 2025 será de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
O órgão colegiado também confirmou que as metas para 2022, 2023 e 2024 se mantêm em 3,50%, 3,25% e 3%, respectivamente, com a mesma margem.
“O CMN avalia que a fixação da meta de inflação em 2025 em 3% reduz incertezas e aumenta a capacidade de planejamento das famílias, das empresas e do governo, estimulando o investimento, a produção e elevando o bem-estar da sociedade brasileira”, disse o Ministério da Economia em nota.
O CMN é atualmente presidido pelo ministro Paulo Guedes (Economia) e composto pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto, e por Esteves Colnago, secretário especial de Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia.
A meta serve para ancorar as expectativas do mercado e, desde 2019, vem sendo reduzida em 0,25 ponto percentual ao ano até chegar aos 3%, em alinhamento com outras economias emergentes.
Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do BC e sócio fundador da Mauá Capital, vê a meta de 3% como “um desafio”. “Mas um bom desafio.”
O BC calibra a taxa básica de juros, a Selic, para atingir o centro da meta de inflação.
Quando a inflação encerra o ano acima do teto do alvo, o presidente do BC tem de apresentar uma carta aberta ao ministro da Economia justificando as razões de não ter cumprido o objetivo e explicando as providências que serão tomadas para que a inflação volte aos limites fixados.
Foi o caso em 2021, quando Campos Neto escreveu que a inflação de dois dígitos (10,06%) era culpa do fenômeno global.
Diante de uma inflação persistente e disseminada nos últimos meses, com choques provocados mais recentemente pela Guerra da Ucrânia, a autoridade monetária já admite o descumprimento da meta pelo segundo ano consecutivo.
No acumulado de 12 meses até maio, o IPCA atingiu 11,73%. A estimativa do BC para a inflação de 2022 é 8,8%, longe do teto estipulado (5%).