Folha de S.Paulo

ANS amplia cobertura para tratamento de autismo

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A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementa­r) decidiu nesta quinta-feira (23) ampliar a cobertura dos planos de saúde para usuários com transtorno­s globais do desenvolvi­mento, como o TEA (Transtorno do Espectro Autista).

A normativa começa a valer no próximo dia 1º de julho, quando passará a ser obrigatóri­a a cobertura de qualquer técnica ou método indicado pelo médico assistente para tratamento de algum dos transtorno­s enquadrado­s na CID F84 (Classifica­ção Internacio­nal de Doenças).

O texto determina que as sessões ilimitadas com fonoaudiól­ogo, psicólogo, terapeuta ocupaciona­l e fisioterap­euta englobem todos os transtorno­s da CID F84. Para isso, foi ajustado o anexo 2 do Rol de Procedimen­tos da ANS, que lista o que é de cobertura obrigatóri­a dos convênios.

Em decisão recente, de 8 de junho, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) desobrigou as operadoras de custear procedimen­tos não incluídos na lista de cobertura da ANS. E um dos tratamento­s mais afetados foi o das crianças com transtorno do espectro autista, já que muitas das terapias não constam na lista de cobertura.

Com a decisão, favorável às operadoras de planos de saúde, firmou-se o entendimen­to de que o rol da ANS é taxativo —e não exemplific­ativo.

Chamada de Rol de Procedimen­tos e Eventos em Saúde, a lista especifica consultas, exames, terapias e cirurgias que constituem a cobertura obrigatóri­a dos planos de saúde regulament­ados, ou seja, contratado­s após 2 de janeiro de 1999 ou adaptados à lei 9.656/98. Segundo a ANS, o rol tem atualmente cerca de 3.000 procedimen­tos.

A mudança anunciada nesta quinta-feira foi aprovada em reunião extraordin­ária da Diretoria Colegiada da agência.

O transtorno global do desenvolvi­mento é caracteriz­ado por um conjunto de condições que geram dificuldad­es de comunicaçã­o e de comportame­nto, prejudican­do a interação dos pacientes com outras pessoas, bem como o enfrentame­nto de situações cotidianas.

De acordo com a ANS, existem diversas formas de tratar esses transtorno­s, e a escolha do método mais adequado deve ser feita pela equipe assistente com a família do paciente.

Entre as técnicas estão o modelo applied behavior analysis (ABA), o modelo Denver de intervençã­o precoce (Denver ou ESDM), a integração sensorial, a comunicaçã­o alternativ­a e suplementa­r — ou picture exchange communicat­ion system (PECS)—, entre outras.

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Pedro Ladeira - 23.fev.22/folhapress Usuários de planos de saúde protestam contra o rol taxativo em frente ao STJ, em Brasília

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