Folha de S.Paulo

Templo budista Zu Lai, em Cotia, reabre para visitação após ficar dois anos fechado

- Nathalia Durval Templo Zu Lai Est. Fernando Nobre, 1.461, Cotia, tel. (11) 3500-3600. Sex., das 12h às 17h. Sáb. e dom., das 9h30 às 17h. Grátis

são Paulo Os pátios e jardins envoltos por uma paisagem cheia de verde do templo Zu Lai, em Cotia, na Grande São Paulo, voltaram a ficar movimentad­os desde o último mês. Depois de permanecer mais de dois anos fechado por causa da pandemia de Covid-19, o maior templo budista da América do Sul tornou a receber a visita do público.

O retorno, porém, ocorre com restrições. Por enquanto, o complexo abre apenas às sextas, sábados e domingos, com um limite de 500 pessoas. É possível visitar todo o espaço, que inclui os jardins, as salas de cerimônia e de meditação. O restaurant­e vegetarian­o do local também voltou a funcionar, apenas aos sábados e domingos. Já atividades como aulas, retiros e celebraçõe­s continuam sem ocorrer.

Para frequentar o espaço, é necessário usar máscara, até mesmo nas áreas ao ar livre, embora o uso do equipament­o de proteção já não seja mais obrigatóri­o no estado de São Paulo. Também é preciso apresentar a carteirinh­a de vacinação contra Covid e aferir a temperatur­a na entrada.

O templo religioso, a 30 km de São Paulo, costuma atrair turistas em busca de um passeio tranquilo e recebia de 6.000 a 8.000 pessoas por semana. Por causa da pandemia de coronavíru­s, o local estava fechado desde março de 2020.

Embora a celebração de cultos religiosos tenha sido autorizada em todo o estado em abril do ano passado, o Zu Lai optou por permanecer fechado. Uma das principais razões está no próprio budismo e na ideia de cuidar do próximo, afirma o mestre Hui Li.

O monastério até esboçou planos para reabrir o local no início do ano, mas o surgimento de novas variantes adiou a ideia. “Não era a hora de pensar que a gente precisava do recurso da cafeteria ou da lojinha, era hora de pensar no risco que um lugar que atrai 5.000 pessoas num dia pode proporcion­ar”, conta ele.

O avanço na vacinação e a diminuição das médias de mortes no país permitiram retomar o projeto. Mas foi uma demanda cada vez maior do público que motivou a reabertura, mesmo que gradual. “Recebemos centenas de ligações por dia sobre quando o templo ia abrir”, diz o monge.

Durante a pandemia, os dez monges que vivem no templo se adaptaram ao mundo digital e passaram a organizar atividades online para os seguidores da religião e para os curiosos, com a transmissã­o de cerimônias, aulas de meditação, cursos e palestras —programaçã­o que deve ser mantida online, junto às atividades presenciai­s no endereço.

Inaugurado em 2003, o Zu Lai faz parte da Fo Guang Shan, ordem fundada em Taiwan que reúne mais de 200 templos em todo o mundo. Com 10 mil metros quadrados de área construída, o edifício é inspirado na arquitetur­a chinesa da dinastia Tang e conta com um templo principal, onde fica uma estátua de Buda de jade, salas de aula e de meditação e biblioteca.

Por lá, os visitantes podem acompanhar as cerimônias recitadas pelas monjas, meditar e explorar o local, que ainda tem lagos e parquinho. Logo na entrada, há uma escadaria ornada por flores de lótus, principal símbolo da religião. A entrada é gratuita.

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