Folha de S.Paulo

Brunch na Catedral da Sé volta a ser servido com passeio pela igreja

- Marina Consiglio

Uma longa fila se forma ao lado do altar-mor da Catedral da Sé assim que a missa da manhã de domingo se encerra. A fileira é composta por visitantes que tiraram do armário sua melhor roupa de domingo para conhecer os bastidores da mais importante igreja de São Paulo.

Criado há seis anos, o evento Brunch da Catedral serve comida para grupos, seguido de um tour pela igreja. O ingresso, que custa R$ 350 por pessoa, garante comida e bebida à vontade aos visitantes e uma renda extra para a arquidioce­se, que diz que usa o dinheiro para a manutenção do prédio e para obras sociais.

Após o hiato motivado pela pandemia, a atração retomou a agenda em outubro do ano passado. Mas, foi só no começo deste ano que o brunch conquistou, de vez, o público —com um empurrãozi­nho de perfis no Tiktok e no Instagram. Até então, a Sé realizava apenas uma edição por mês. Agora são três.

Após passar pela fila, o público vai ao salão superior, atrás do órgão da catedral. O espeço é recheado de mesas, cadeiras e decoração especial a cada brunch. Um violinista caminha por entre as pessoas, enquanto garçons servem bebidas ao público. É possível escolher entre vinho tinto, espumante, água e suco.

Assinado pela chef Gil Godim, que é voluntária do projeto, o menu muda a cada edição, mas sempre traz receitas como o queijo brie folhado e o carpaccio de salmão. Na hora de se servir, é bom lembrar-se de Jó e ter paciência, pois há fila. Muita. São por volta de 200 pessoas a cada brunch.

Se a espera é compensada pela fartura de comida, a digestão é feita com o passeio guiado pela catedral —são cerca de duas horas de caminhada, em uma turnê por todo o prédio, da cripta aos sinos. Por isso, é bom ir com sapatos confortáve­is. Além disso, o circuito não é recomendad­o para crianças ou idosos.

No começo do tour, o guia conta um pouco da história da Catedral da Sé, cuja construção teve início em 1913 e inauguraçã­o ocorreu só em 25 de janeiro de 1954 —ainda sem as duas torres principais.

Depois, é a vez de conhecer a cripta, embaixo do altar. Com um piso quadricula­do, o salão abriga restos mortais de bispos e arcebispos de São Paulo,

além de figuras históricas.

E então começa a parte mais difícil —e até um pouco perigosa— do trajeto, quando é preciso subir cerca de 300 degraus até o topo da igreja, momento que permite ao visitante observar todo o centro de São Paulo do alto.

A vista das torres é a principal atração. O caminho pelo telhado é feito por passagens estreitas e escadas com degraus igualmente apertados. Lá em cima, ainda é possível ir até a torre onde estão os sinos, mas não tocá-los.

É então que a romaria acaba, com o público satisfeito pela comilança e pelo passeio. “Parece que a gente precisa ir até a Europa para dar valor para o que tem aqui, né?”, reflete, em voz alta, uma das visitantes, entre uma selfie e outra.

Brunch na Catedral

Catedral da Sé - pça. da Sé, s/nº, Sé. Próxima edição: 2 e 3/7. R$ 350, via Whatsapp (11) 98496-9702. Instagram @brunchnaca­tedral

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Fernando Arthur/divulgação* Salão montado para o brunch, na Sé

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