Folha de S.Paulo

Ex-premiê adotou políticas econômicas ousadas para o país

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SÃO PAULO E TÓQUIO | reuters O ex-premiê Shinzo Abe ficou conhecido pelas políticas para tirar a economia japonesa da deflação crônica, pelo fortalecim­ento das Forças Armadas do país e pelo combate à crescente influência da China.

Abe foi primeiro-ministro pela primeira vez em 2006, aos 52 anos, tornando-se o mais jovem no cargo desde a Segunda Guerra Mundial.

Foi, porém, um mandato permeado de escândalos e que durou apenas um ano. As crises de seu mandato provocaram a renúncia de quatro de seus ministros, e um quinto se suicidou, após ser pego inflando as despesas de sua pasta.

A esse contexto somou-se a má gestão de um problema de contabilid­ade no sistema previdenci­ário, o que levou à derrota de seu partido na eleição seguinte. Mas Abe voltaria ao poder em 2012, com a promessa de reviver a economia, afrouxar os limites de uma Constituiç­ão pacifista e restaurar valores tradiciona­is.

O ex-premiê também foi crucial para levar as Olimpíadas para Tóquio, evento que não acompanhou como chefe de governo devido à Covid, que adiou os Jogos para 2021, e porque renunciou em agosto de 2020 em razão de problemas de saúde. Antes, porém, protagoniz­ou um momento marcante, ao surgir com a boina do Mario, personagem clássico da Nintendo, na festa de encerramen­to das Olimpíadas do Rio, em 2016.

A marca de primeiro-ministro a mais tempo no cargo na história do Japão foi atingida em novembro de 2019, mas o período que se seguiu foi de crises. Em 2020, Abe perdeu apoio devido à gestão durante a pandemia e enfrentou escândalos, incluindo a prisão de seu ex-ministro da Justiça.

Renunciou em setembro de 2020 sem alcançar o objetivo de revisar a Constituiç­ão ou

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