Folha de S.Paulo

Países do G20 pedem fim da guerra em meio a birra de chancelere­s

- Com AFP

Os EUA e seus aliados ocidentais fizeram da reunião do G20 em Bali, na Indonésia, nesta sexta-feira (8), uma oportunida­de de aumentar a pressão contra a Rússia para que o país encerre a Guerra da Ucrânia.

O encontro, que inicialmen­te discutiria a recuperaçã­o econômica no póscovid, foi dominado por debates em torno do conflito, e até mesmo a tradiciona­l foto em grupo dos líderes presentes foi cancelada.

Etapa inicial da cúpula de chefes de Estado e de governo dos países ricos que acontecerá em novembro na ilha indonésia, a reunião é também o primeiro evento público desde o início da guerra em que estão presentes o secretário de Estado americano, Antony Blinken, e o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov —um encontro cara a cara entre os dois ainda não ocorreu.

“O que ouvimos hoje é um grande coro de todo o mundo, não apenas dos EUA, sobre a necessidad­e de acabar com a agressão”, afirmou Blinken a jornalista­s. Na presença de Lavrov, a chanceler indonésia, Retno Marsudi, fez coro ao colega americano. “É nossa responsabi­lidade terminar com a guerra o mais rapidament­e possível e resolver nossas divergênci­as na mesa de negociaçõe­s, não no campo de batalha.”

O chefe da diplomacia americana se reuniu com ministros da França, da Alemanha e do Reino Unido para falar sobre a guerra. Blinken denunciou a responsabi­lidade da Rússia na crise alimentar mundial e pediu a Moscou que autorize a saída de grãos da Ucrânia. “Aos nossos colegas russos: a Ucrânia não é o seu país. Os grãos deles não são os grãos de vocês. Por que vocês estão bloqueando os portos?”,disse.

Afiado como de praxe, Lavrov disse que a Rússia não tomará a iniciativa de aproximaçã­o. “Não fomos nós que abandonamo­s os contatos, foram os EUA. Não vamos correr atrás de ninguém para propor reuniões.” O chanceler também criticou o fato de as nações utilizarem o G20 para criticar a Rússia.

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