Folha de S.Paulo

Curioso, me dá um dinheiro aí!

Grana não nasce em árvore e é ‘fabricada’ na Casa da Moeda do Brasil

- Marcelo Duarte É escritor, jornalista e, acima de tudo, curioso

Você já deve ter ouvido alguma vez alguém dizendo: “O meu dinheiro não nasce em árvore”. Não nasce mesmo.

A Casa da Moeda do Brasil, no Rio de Janeiro, é responsáve­l pela impressão de cédulas e moedas. É o Banco Central que determina quanto dinheiro será produzido.

Ele cuida também de que o meio circulante ( jeito pomposo de se referir ao dinheiro disponível para a população) seja substituíd­o quando fica muito sujo e desgastado.

Quanto dinheiro brasileiro está em circulação?

No dia 6 de julho de 2022, quando esse texto estava sendo escrito, a quantia era de 331 bilhões, 954 milhões, 48 mil, 140 reais e 58 centavos. O Banco Central traz essa informação sempre atualizada em seu site (https:/ www3. bcb.gov.br/mec-circulante/).

É possível também saber o total de meio circulante de datas passadas, desde 2 de outubro de 1994, ano em que o real foi instituído como moeda oficial. Na quintafeir­a passada (7), eram exatamente 7.474.703.959 cédulas, 28.994.395.754 moedas e 966.363 moedas comemorati­vas.

Quanto dinheiro é ‘fabricado’ por dia?

A Casa da Moeda nunca para de fabricar dinheiro. O ritmo da produção é determinad­o por vários fatores, como vida útil das cédulas e a manutenção de estoques adequados.

Cédulas de menor valor têm vida útil mais curta porque passam mais de mão em mão. Enquanto uma cédula de R$ 2 demora 15 meses para atingir o nível 4 de desgaste, último antes da substituiç­ão das notas, a cédula de R$ 50 leva 36,9 meses para chegar ao mesmo estágio.

Para não precisar fazer tantas cédulas, o melhor não seria criar notas de valores mais altos?

Em 2020, caminhando na direção contrária de outros países, o Brasil lançou a cédula de R$ 200 reais (com a figura de um lobo guará).

Notas de valor facial alto facilitam a prática de corrupção e lavagem de dinheiro. São mais fáceis de ser transporta­das e escondidas. Em 2016, por exemplo, o Banco Central Europeu deixou de produzir novas cédulas de 500 euros. Temos hoje 106.207.021 notas de R$ 200 reais em circulação. Ou, segundo as más línguas, guardadas também dentro de malas e cofres por aí.

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