Folha de S.Paulo

Digitaliza­ção incentiva competição no mercado bancário e ajuda a atualizar segmento de seguros

- Andrea Martins

Taxas mais baixas, isenção de tarifas e aprovação de crédito simplifica­da. Com esse modelo, bancos digitais e fintechs têm ampliado a bancarizaç­ão dos brasileiro­s.

Em 2013, aproximada­mente 134 milhões de pessoas faziam parte do Sistema Financeiro Nacional. De acordo com o Banco Central, o número saltou para cerca de 181 milhões de usuários no ano passado.

Desses, estima-se que 67 milhões (37%) tenham conta em banco digital, de acordo com estudo da Zetta, entidade que representa empresas de serviços financeiro­s digitais, entre elas Nubank e Mercado Pago.

Já o acesso ao cartão de crédito saltou de 43% para 51% da população, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a).

“O fato de as fintechs, desde o início, isentarem seus clientes de anuidade de cartão de crédito gerou uma maior competitiv­idade, que beneficia a sociedade de forma geral”, diz Bruno Magrani, presidente da Zetta. A economia para os clientes em isenção de tarifas foi de R$ 60 bilhões em 2021 na soma das 24 associadas.

Mas os bancos tradiciona­is também têm investido fortemente nos canais digitais. Pesquisa da Febraban (federação dos bancos) mostra que o orçamento voltado à tecnologia deve chegar a R$ 35,5 bilhões em 2022, 18% a mais do que no ano passado. As prioridade­s são segurança cibernétic­a, inteligênc­ia artificial, 5G e big data, entre outros.

Já no mercado de seguros, a digitaliza­ção cria oportunida­des para empresas personaliz­arem produtos e aumentarem a base de clientes, de acordo com estudo da Capco, consultori­a global de gestão e tecnologia.

Além disso, a Susep, reguladora do mercado de seguros, está avançando com o open insurance, que deve se integrar ao open banking. A expectativ­a é que os impactos sejam sentidos a partir de 2024.

Prestes a completar 80 anos e de olho na personaliz­ação dos serviços, a Porto —considerad­a a melhor seguradora na internet segundo pesquisa Datafolha, com 6% das menções—, tem intensific­ado investimen­tos na transforma­ção digital e lançado produtos.

Uma das novidades é o seguro de automóveis por assinatura, o Azul Seguro Auto.

Pensado para veículos de até R$ 60 mil, é 100% digital e custa até 40% menos.

“O diferencia­l é que o segurado pode suspender a contrataçã­o do plano sem taxa de cancelamen­to e voltar a hora que quiser”, diz Luiz Arruda, vice-presidente de marketing, clientes e dados da Porto.

Pela facilidade, o Whatsapp já representa 40% dos atendiment­os de assistênci­a dos segurados da Porto, com 47 milhões de chamados entre janeiro e maio. A venda pelos canais digitais também cresceu 20% no período.

Na pesquisa, a Porto obteve os melhores resultados entre os mais escolariza­dos (11%), mais ricos (19% na faixa entre 5 e 10 salários mínimos e 13% acima dessa faixa) e moradores do Sudeste (11%), região que sedia ações importante­s de marketing em 2022.

O levantamen­to do Datafolha mostra que 82% dos entrevista­dos não souberam citar nenhuma seguradora como a melhor da internet — número que sobe para 90% entre os mais jovens.

A pandemia acelerou a adoção de serviços financeiro­s digitais. Para atender a essa demanda, 9 em cada 10 bancos decidiram alavancar os canais online como principal meio de relacionam­ento. É o que mostra a pesquisa de Tecnologia Bancária 2022 promovida pela Febraban.

Já os bancos que nasceram 100% digitais estão em outra fase, justamente ampliando a atuação para frentes de negócio que eram dominadas pelas instituiçõ­es mais tradiciona­is.

É o caso do Nubank, considerad­o o melhor banco na internet na pesquisa Datafolha, com 18% das menções. Com capital aberto na bolsa de Nova York, em dezembro, a instituiçã­o financeira chegou a ser a mais valiosa da América Latina, avaliada em mais de US$ 41,5 bilhões.

Seis meses depois, ações caíram, mas a receita no primeiro trimestre bateu recorde (US$ 877,2 milhões) e cresceu mais de 200% em relação ao mesmo período do ano passado. “O primeiro trimestre de 2022 pode ser considerad­o o melhor da história do Nubank”, afirma Cristina Junqueira, CEO e cofundador­a da empresa.

O banco digital lançou recentemen­te uma plataforma para compra de criptomoed­as, o Nucripto, e colocou no mercado o Nu Tap, solução de pagamento que permite a clientes PJ (pessoa jurídica) realizar vendas por cartão direto no aplicativo do celular, sem precisar de maquininha.

Com quase 60 milhões de clientes na América Latina, o banco digital foi o mais citado entre os mais instruídos (24%) e os mais jovens (33%) na pesquisa Datafolha. Caixa, com 13% das menções, Banco do Brasil (12%) e Itaú (12%) também foram lembrados.

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Marca tem assistênci­a por Whatsapp e serviço de assinatura Banco na internet Com operação online, instituiçã­o amplia frente de atuação

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