Folha de S.Paulo

Comitê pede que Instagram reveja política sobre atividade sexual e nudez

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São paulo Um casal composto por um homem trans e uma pessoa não binária publicou em uma conta compartilh­ada no Instagram duas fotos com mamilos à mostra, uma em 2020, outra em 2021.

As duas foram removidas pela rede social, etiquetada­s como conteúdo explícito. Na terça-feira (17), o Comitê de Supervisão da Meta derrubou essa censura.

O órgão independen­te tem a função de decidir em última instância sobre a publicação de conteúdos no Facebook e no Instagram.

A decisão recomendou que a big tech reveja sua política sobre nudez e atividade sexual para respeitar direitos humanos e evitar discrimina­ção por gênero.

A Meta tem 60 dias para decidir se acata as diretrizes do conselho. Caso acate, pode ter que derrubar a censura a mamilos femininos no Instagram, alvo de protesto nas redes sociais.

O Comitê de Supervisão afirma na decisão que a proibição de imagens que mostrem mamilos femininos é ambígua.

Hoje, seios só podem ser retratados no Instagram e no Facebook para representa­r a amamentaçã­o e a cirurgia de afirmação de gênero.

“Essa abordagem torna confuso como a regra se aplica a pessoas intersexua­is, não binárias e transgêner­os, e requer que revisores de conteúdo façam rapidament­e julgamento­s subjetivos sobre sexo e gênero, o que não é prático na hora de fazer moderação em escala”.

O comitê não deixa claro se recomenda a derrubada do veto aos mamilos femininos.

Afirma, entretanto, que a política de nudez adulta cria barreiras para a expressão de mulheres, incluindo as cisgênero.

A decisão fez circular a hashtag #freethenip­ple — libertem os mamilos, em tradução livre.

A palavra de ordem é usada por mulheres para reivindica­r o direito de postar fotos no Instagram e no Facebook com o torso nu, como podem os homens.

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