Agência Brasil publica texto na internet com linguagem neutra
brasília A Agência Brasil, ligada à EBC (Empresa Brasil de Comunicação), publicou no portal uma reportagem que usa a linguagem neutra —empregada com a intenção de incluir pessoas não binárias, de gênero fluído ou transgêneros que não se enquadram no padrão de gêneros.
O uso da linguagem na rede pública de comunicação do governo ocorreu em reportagem intitulada “Parlamentares eleites reúnem-se pela primeira vez em Brasília”.
O texto fala do 1º Encontro de LGBT+eleites, realizado no fim de semana em Brasília, para reunir congressistas LGBT+ eleitos para a Câmara e Assembleias estaduais.
Na reportagem, a autora explica que usou a linguagem neutra a pedido dos parlamentares entrevistados. “A pedido das parlamentares eleites, a repórter utilizou o gênero neutro nas construções das frases”, diz.
“Discutir os desafios da comunidade LGBTQIA+. Este foi o objetivo do 1º Encontro de LGBT+eleites realizado nos dias 20 e 21 de janeiro em Brasília. O evento reuniu parlamentares eleites para a Câmara dos Deputados e também para as Assembleias Legislativas dos Estados. O encontro antecede o Dia Nacional de Visibilidade Trans, lembrado em 29 de janeiro”, diz trecho da reportagem.
“A deputada federal Duda Salabert, eleita pelo PDT de Minas Gerais, é uma das duas parlamentares transexuais eleites que vai atuar no Congresso Nacional e que estava no evento. A professora de literatura foi a vereadora mais votada em Belo Horizonte, nas eleições de 2020, e agora assume um desafio ainda maior: levar as pautas defendidas pela comunidade para a Câmara”, prossegue o texto.
Na linguagem neutra, o masculino genérico é evitado e a palavra “todos”, por exemplo, é grafada como “todes”.
A linguagem neutra não é inédita no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em várias cerimônias de posse de ministros, ela foi usada.
Em 2 de janeiro o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, iniciou seu discurso com “boa tarde a todas, a todos e a todes” e foi aplaudido pela plateia. A expressão também foi usada pela locutora do evento que empossou Fernando Haddad na Fazenda.
A linguagem neutra é criticada tanto por gramáticos como pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus apoiadores.