Imunizante acaba na rede privada, que só tem 2ª dose
Em hospitais e laboratórios particulares de São Paulo quase já não é mais possível encontrar vacina contra a dengue. Após procurados, ao menos três grupos da capital paulista afirmaram que a quantidade de vacinas disponível é limitada.
Segundo a Takeda, fabricante da Qdenga, imunizante contra a dengue aprovado pela Anvisa, serão priorizados apenas os pedidos de vacina vindos do Ministério da Saúde.
O objetivo da decisão, de acordo com a farmacêutica, é promover acesso ao imunizante contra a dengue de forma integral e gratuita, prezando as demandas do PNI (Plano Nacional de Imunização). A empresa ainda disse estar comprometida na busca por parcerias com laboratórios públicos para aumentar a produção vacinal.
A farmacêutica informou ainda que disponibilizará na rede privada a quantidade necessária para as segundas doses para os vacinados completem o esquema vacinal.
Novos contratos com estados e municípios não serão firmados, afirmou a Takeda em comunicado. No entanto, os acordos estabelecidos anteriormente à incorporação do imunizante ao SUS serão continuados, de acordo com a fabricante.
O Ministério da Saúde comunicou no início da semana a distribuição de 1,2 milhão de doses entre municípios e estados e, dessas, 190 mil aplicadas.
A farmacêutica diz que pretende entregar até o fim deste ano 6,6 milhões de doses do imunizante.
De 1º de janeiro a 6 de março de 2024, o Brasil totalizou 1.289.897 casos prováveis de dengue com 329 mortes e outras 767 em investigação, segundo o Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde.
Na capital paulista, o grupo de laboratórios Fleury informou ter um estoque limitado apenas aos clientes que solicitaram a segunda dose.
Algumas unidades laboratoriais da companhia, inclusive, já não têm mais a vacina disponível. Os valores da dose variam entre R$ 425 e R$ 490 reais nos laboratórios da rede particular.
Já a rede Dasa de laboratórios afirmou seguir as diretrizes da fabricante e só estão oferecendo segundas doses para os clientes que receberam a imunização inicial pela rede.
No Hospital Israelita Albert Einsten o cenário é o mesmo, o imunizante está indisponível nas unidades hospitalares e para serviço domiciliar. Apenas aqueles que receberam a primeira vacina terão acesso à segunda dose contra a dengue.
Em nota, a Rede D’or de hospitais diz não ter imunizantes disponíveis, mas os pacientes que aguardam a segunda dose têm acesso à vacina assegurado para complementação do ciclo.
O Hospital Sírio-libanês disse que no início de fevereiro já não possuía mais doses disponíveis devido à alta demanda. Em nota, afirmou também seguir as orientações da fabricante e disponibilizar apenas doses para pacientes completarem o esquema vacinal.