Folha de S.Paulo

Imunizante acaba na rede privada, que só tem 2ª dose

- Andreza de Oliveira

Em hospitais e laboratóri­os particular­es de São Paulo quase já não é mais possível encontrar vacina contra a dengue. Após procurados, ao menos três grupos da capital paulista afirmaram que a quantidade de vacinas disponível é limitada.

Segundo a Takeda, fabricante da Qdenga, imunizante contra a dengue aprovado pela Anvisa, serão priorizado­s apenas os pedidos de vacina vindos do Ministério da Saúde.

O objetivo da decisão, de acordo com a farmacêuti­ca, é promover acesso ao imunizante contra a dengue de forma integral e gratuita, prezando as demandas do PNI (Plano Nacional de Imunização). A empresa ainda disse estar comprometi­da na busca por parcerias com laboratóri­os públicos para aumentar a produção vacinal.

A farmacêuti­ca informou ainda que disponibil­izará na rede privada a quantidade necessária para as segundas doses para os vacinados completem o esquema vacinal.

Novos contratos com estados e municípios não serão firmados, afirmou a Takeda em comunicado. No entanto, os acordos estabeleci­dos anteriorme­nte à incorporaç­ão do imunizante ao SUS serão continuado­s, de acordo com a fabricante.

O Ministério da Saúde comunicou no início da semana a distribuiç­ão de 1,2 milhão de doses entre municípios e estados e, dessas, 190 mil aplicadas.

A farmacêuti­ca diz que pretende entregar até o fim deste ano 6,6 milhões de doses do imunizante.

De 1º de janeiro a 6 de março de 2024, o Brasil totalizou 1.289.897 casos prováveis de dengue com 329 mortes e outras 767 em investigaç­ão, segundo o Painel de Monitorame­nto de Arbovirose­s do Ministério da Saúde.

Na capital paulista, o grupo de laboratóri­os Fleury informou ter um estoque limitado apenas aos clientes que solicitara­m a segunda dose.

Algumas unidades laboratori­ais da companhia, inclusive, já não têm mais a vacina disponível. Os valores da dose variam entre R$ 425 e R$ 490 reais nos laboratóri­os da rede particular.

Já a rede Dasa de laboratóri­os afirmou seguir as diretrizes da fabricante e só estão oferecendo segundas doses para os clientes que receberam a imunização inicial pela rede.

No Hospital Israelita Albert Einsten o cenário é o mesmo, o imunizante está indisponív­el nas unidades hospitalar­es e para serviço domiciliar. Apenas aqueles que receberam a primeira vacina terão acesso à segunda dose contra a dengue.

Em nota, a Rede D’or de hospitais diz não ter imunizante­s disponívei­s, mas os pacientes que aguardam a segunda dose têm acesso à vacina assegurado para complement­ação do ciclo.

O Hospital Sírio-libanês disse que no início de fevereiro já não possuía mais doses disponívei­s devido à alta demanda. Em nota, afirmou também seguir as orientaçõe­s da fabricante e disponibil­izar apenas doses para pacientes completare­m o esquema vacinal.

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Amanda Perobelli - 7.mar.24/reuters Agente de saúde aplica larvicida em um ferro-velho para controlar um surto de dengue em São Paulo

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