Folha de S.Paulo

Pinheiros ganha vinícola onde é possível ver produção da bebida

- Vinícola Urbana R. Francisco Leitão, 625, Pinheiros, região oeste. Tel (11) 975127757. @vinicola.urbana · Tayguara Ribeiro

Depois de produzir cervejas, Pinheiros agora também produz vinhos. Localizada no bairro da região oeste da capital paulista, a Vinícola Urbana ainda serve e vende os rótulos próprios aos clientes.

O espaço abre ao público de quarta a sábado. Nele, visitantes podem experiment­ar vinhos em taças e, é claro, pedir uma garrafa inteira.

Rodeada de prédios mas mantendo clima de quintal, a vinícola tem capacidade para receber em torno de 80 pessoas. A parte central do imóvel, uma área descoberta com mesa e plantas, é o espaço que mais atrai os clientes nos dias de sol ou noites quentes.

Já nos fundos fica a produção dos vinhos. Os visitantes só podem entrar acompanhad­os pelo enólogo ou por funcionári­os autorizado­s. Mas quem quiser pode observar, sentado em mesas em frente.

Ali estão os tanques de alumínio nos quais o vinho fermenta, as engarrafad­oras, a desengaçad­eira (que separara as uvas de galhos e hastes do cacho), o laboratóri­o de testes e a máquina de prensa. É nesse espaço também que os vinhos ficam armazenado­s e que as uvas são recebidas para iniciar a produção.

Por enquanto, a Vinícola Urbana compra as uvas de vinhedos de Petrolina (PE) e do Rio Grande do Sul. Já o vinho Pilar, maior aposta da empresa, usa cepas produzidas em um vinhedo de Cunha (SP), o único que pertence à vinícola.

“Demorei para encontrar um lugar com as condições que imaginava para fazer esse vinho. Comecei pesquisand­o na serra da Mantiqueir­a e achei um terreno em Cunha que tem a mesma altitude e amplitude térmica dessa região”, conta Daniel Colli, fundador da Vinícola Urbana.

O vinhedo em Cunha possui variedades plantadas de pinot noir, sauvignon blanc e alvarinho. A primeira variedade é usada apenas para a produção do vinho Pilar Tinto e as outras duas formam o blend para o Pilar Branco, fermentada­s juntas em barrica de carvalho francês na vinícola em Pinheiros.

Já as cepas vindas da serra gaúcha e do Nordeste são usadas para produzir um petnat branco (espumante feito pelo método ancestral). A Vinícola Urbana também produz um vinho branco com a viognier vinda de Petrolina e um tinto com a tannat da Serra Gaúcha.

O projeto da Vinícola Urbana começou em 2018 e a primeira safra foi engarrafad­a em 2023. No meio do ano passado o espaço passou a abrir portas para amigos, em fase de teste. A operação começou de forma efetiva em janeiro.

A proposta, segundo Colli, é criar um ambiente mais descontraí­do para desmistifi­car a ideia de que o consumidor precisa ser um grande conhecedor para beber vinho.

O preço das garrafas varia entre R$ 90 e R$ 200. Quem preferir consumir em taça tem opções a partir de R$ 19. Além dos vinhos, os visitantes têm opção de cerveja e sidra —as duas também são de produção própria.

Quem escolhe ficar para conhecer o espaço da vinícola tem, no cardápio de comes, sugestões de queijo e de entradinha­s com salmão.

“Estar em uma vinícola urbana permite que seja mais fácil pensar em todos esses produtos”, afirma Colli.

Outras bebidas, como clericot e sangrias, estão nas propostas de novidades que podem entrar no menu. Além disso, Colli afirma que está analisando fazer mudanças nos vinhos que são servidos, já que a produção é recente e os rótulos são constantem­ente aprimorado­s.

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Helena Rubano/divulgação Área externa da Vinícola Urbana, aberta em janeiro em Pinheiros, na região oeste de SP

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