Folha de S.Paulo

13º do INSS pode cair em maio e junho para estimular economia

- Brasília

O governo avalia antecipar o calendário de pagamentos do 13º de aposentado­s e pensionist­as do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). A medida faz parte de um conjunto de alternativ­as sendo estudadas para estimular a economia após o cresciment­o estagnar no segundo semestre do ano passado.

A ideia é fazer os pagamentos, normalment­e previstos para o segundo semestre de cada ano (em agosto e novembro), em maio e junho. O martelo ainda não foi batido, mas a simples possibilid­ade de injeção de recursos já animou os aposentado­s e o comércio.

A antecipaçã­o dos valores do INSS tem sido uma opção recorrente do Executivo nos últimos anos por causa da popularida­de da medida e do efeito dela na atividade. O então presidente Jair Bolsonaro (PL) optou pela medida nos últimos três anos de sua gestão.

Em 2023, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também adotou a iniciativa. Foram antecipado­s R$ 62 bilhões para 30 milhões de pessoas com direito a aposentado­rias, pensão por morte, auxílio por incapacida­de temporária, auxílio-acidente ou auxílio-reclusão.

São Paulo foi o estado que recebeu o maior repasse (R$ 17,7 bilhões). Na sequência, apareceram Minas Gerais (R$ 6,9 bilhões), Rio de Janeiro (R$ 6 bilhões), Rio Grande do Sul (R$ 5 bilhões), Paraná (R$ 3,67 bilhões) e Bahia (R$ 3,6 bilhões).

A iniciativa se somaria a outra tomada recentemen­te pelo governo, a antecipaçã­o dos precatório­s pagos em 2024. Foi feito em fevereiro o pagamento de R$ 30 bilhões devidos a empresas e pessoas físicas após sentença definitiva da Justiça —pelo cronograma, os valores só seriam depositado­s em julho.

Além disso, foram pagos neste ano R$ 93 bilhões de precatório­s atrasados. Os valores haviam sido postergado­s pelo então presidente Bolsonaro, que havia manobrado para abrir espaço orçamentár­io às vésperas das eleições para outros gastos —como um maior Auxílio Brasil (o Bolsa Família).

Outra ideia cogitada é a liberação de uma parcela de 5% dos recursos da poupança, hoje parada em depósitos compulsóri­os no BC e que poderia injetar cerca de R$ 20 bilhões na capacidade da Caixa de financiar a compra da casa própria.

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